Em prestigiosa cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu veementemente a abertura de novas fronteiras de exploração de petróleo no país, apesar dos apelos internacionais pela transição energética.
“Alguém tem que financiar esta transição [energética]”, afirmou Magda em seu discurso, após mencionar os projetos de investimento da empresa em energias renováveis e redução de emissões. “E para financiar essa transição, os investimentos em exploração e produção de petróleo são essenciais.”
“Não se fala em transição energética sem falar quem vai pagar essa conta. E é o petróleo quem vai pagar essa conta”, continuou ela, para depois destacar que as reservas da commodity são finitas e precisam ser repostas.
“Nesse sentido, é fundamental desenvolver as reservas da margem equatorial”, concluiu. O principal foco da empresa nesse sentido é o chamado bloco 59 da bacia da Foz do Amazonas, que já teve licença negada pelo Ibama (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Magda assumiu efetivamente o cargo no último dia 24, substituindo Jean Paul Prates, demitido por Lula após um longo processo de fritura patrocinado pelos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
No início de seu discurso na cerimônia, ao citar os nomes dos presentes, a presidente da Petrobras fez questão de dar um tapinha em Silveira, seu “ministro de contato” – a Petrobras é ligada ao MME. “Obrigada pela sua confiança, ministro”, disse ela.
Magda recebeu do governo a missão de acelerar obras para que Lula apresente resultados a tempo da campanha eleitoral de 2026. As prioridades incluem encomendas da indústria naval brasileira, investimentos em fertilizantes e a criação de um pólo gás-químico em Uberaba (MG).
Ela também escolheu como missão destravar a exploração de petróleo na margem equatorial brasileira, conjunto de bacias petrolíferas que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá e atualmente é foco de conflito entre as áreas ambiental e energética do governo.
Desde que assumiu o cargo, nomeou três novos diretores. Duas são mulheres que fizeram carreira na estatal: Renata Baruzzi foi escolhida para a diretoria de Engenharia, Tecnologia e Inovação e Sylvia dos Anjos, para a diretoria de Exploração e Produção, dona da maior fatia do orçamento da estatal .
O terceiro é Fernando Melgarejo, funcionário do Banco do Brasil que ocupou a diretoria da Previ (fundação que administra o plano de previdência privada do banco), escolhido para a diretoria Financeira e de Relações com Investidores.
Algumas mudanças na cúpula da estatal são vistas como um movimento de Lula para ter maior ascendência na gestão, como a nomeação de um conselheiro de confiança, o secretário especial de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Wellington César Lima e Silva , para comandar o departamento jurídico.
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