Municípios dos países que fazem parte do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – estão trabalhando juntos para criar uma associação representativa do bloco. Um dos objetivos do novo grupo é facilitar a obtenção de financiamento conjunto do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos BRICS.
Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Municípios (ABM), Eduardo Tadeu Pereira, no próximo dia 21, na cidade de Kazan, na Rússia, deverá ser oficializado um documento para a fundação da Associação de Municípios do Brics. Uma comissão de prefeitos da ABM participará da reunião.
“A ideia é que possamos trocar experiências de como os municípios resolveram alguns problemas e poder buscar financiamento juntos. No caso do Brics, achamos importante que os municípios tenham acesso ao banco, que é um novo mecanismo de financiamento internacional”, disse, nesta segunda-feira (17), na capital paulista, em entrevista durante o primeiro encontro do Urban20 (U20), grupo que concentra cidades do G20 formado pelas principais economias do mundo e copresidido pelos municípios do Rio de Janeiro e São Paulo.
Criado em dezembro de 2014 para ampliar o financiamento para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos BRICS e outras economias emergentes, o NBD, até o início de 2023, contava com cerca de US$ 32 bilhões em projetos aprovados. Desse total, cerca de US$ 4 bilhões foram investidos no Brasil, principalmente em projetos rodoviários e portuários.
No mês passado, o Novo Banco de Desenvolvimento – hoje presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, destinou US$ 1,115 bilhão, ou cerca de R$ 5,750 bilhões, ao Rio Grande do Sul.
Dificuldade de financiamento
Em discurso no Sub-20, o coordenador geral do Brasil no G20, diplomata Felipe Hees, destacou que o financiamento para projetos sociais em todo o mundo, especialmente aqueles de combate à fome, é muito baixo. “É um número impressionante. O volume de recursos que são destinados ao financiamento é de apenas 2%, o que beneficia muito as políticas públicas que visam atacar esses problemas”.
Ele lembrou que aumentar o financiamento internacional para o combate à fome é um dos pilares da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, tema prioritário para a presidência brasileira do G20.
“Já não é um fundo de recursos que os países doadores têm de investir. O objectivo da Aliança Global é identificar todas as fontes possíveis de financiamento que possam ser mobilizadas para beneficiar políticas públicas destinadas a atacar o problema. Existem organizações internacionais com seu portfólio de fundos variados. Neste caso, uma das formas de se poder financiar políticas públicas é tentar garantir que estas pastas destas organizações internacionais tenham uma determinada percentagem fixa, garantida, de todos estes recursos, 5% para serem destinados a políticas sociais”, disse. .
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