O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, destacou na manhã desta sexta-feira, 27, que a dinâmica das expectativas inflacionárias desancoradas é maior nos anos de 2024 e 2025 do que em 2026. “A parte de 2026 não mudou muito. muito, está em 3,6%”, destacou Guillen, durante sua participação no JHSF Capital Day.
Em relação a 2024 e 2025, porém, o diretor do BC ressaltou que é importante observar as aberturas nas estimativas de mercado para a inflação. Ele destacou que, principalmente nas projeções para este ano, que oscilam entre 4,3% e 4,4%, a pressão altista tem vindo dos bens industriais e dos bens administrados, enquanto as projeções para alimentação no domicílio foram descendentes, entre o Relatório Trimestral de Inflação ( RTI) de junho e o RTI de setembro, divulgados esta semana.
“São expectativas não ancoradas para 2024 e 2025 e explicadas mais pelos bens regulados e industriais”, disse Guillen, ressaltando, no entanto, que essa persistência na desancoragem foi reforçada em comunicações recentes do BC
Ao comentar o RTI desta semana, o diretor reforçou considerações que já constavam no documento, como a avaliação de que as expectativas de inflação do BC para os próximos anos subiram como reflexo da revisão do hiato do produto para o campo positivo, câmbio depreciação e aumento das expectativas de inflação do mercado.
Guillen lembrou ainda que o RTI deste mês trouxe o anúncio de uma novidade, que as projeções de cenário do BC, nos próximos documentos, abrangerão um horizonte de 10 trimestres à frente.
Sobre o atual cenário inflacionário, Guillen também fez questão de destacar que houve uma interrupção no processo de núcleo desinflacionário, que tem estado constantemente acima do centro da meta, de 3%. Sobre o preço das commodities, Guillen mencionou que houve desaceleração nos preços internacionais de alguns itens, mas num cenário de valorização do dólar.
Visão de mercado da política fiscal
O diretor de Política Econômica do Banco Central disse ainda que a visão do mercado financeiro sobre a política fiscal melhorou entre as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorridas no início do ano e a mais recente
Ele exemplificou que, nos questionários pré-Copom das reuniões de número 262 e 263, ou seja, de maio e junho, houve uma piora muito significativa dos agentes em relação ao sistema fiscal do país.
Ele citou, por exemplo, que, em junho, cerca de 80% dos consultados avaliaram que a situação fiscal era pior. “Desde julho há a percepção de que o fiscal está estável em relação à reunião anterior de junho”, destacou.
Atividade econômica
O diretor de Política Econômica do Banco Central reforçou que o cenário projetado pelo BC é de desaceleração do ritmo da atividade econômica no Brasil, entre outros, como efeito de uma política monetária mais contracionista agora, à medida que o BC passou a elevar a taxa Selic.
Durante participação no JHSF Capital Day, em São Paulo, Guillen repetiu que o BC revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 2,3% para 3,2%, mas que, para o próximo ano, a estimativa é de aumento de 2%.
“Mas há uma grande incerteza sobre quando começa essa desaceleração e o que acontece ao longo desse processo”, destacou Guillen, dizendo que as discussões sobre o PIB, principalmente aquelas que fizeram o BC revisar para cima sua estimativa do hiato do produto, estiveram muito presentes no último Reunião do Copom.
Trabalho
Ao falar sobre o ritmo forte da atividade doméstica, Guillen comentou o atual cenário de emprego, dizendo que há muitos sinais de que o mercado de trabalho está apertado. Ele ressaltou, por exemplo, que no último RTI os diretores do BC observaram que esses fortes números de emprego ocorrem independentemente da região do país e dos setores de trabalho.
Guillen destacou ainda que a velocidade com que um trabalhador sai de um emprego e assume outro cargo tem sido “muito rápida” e que os salários têm crescido, em média, a uma taxa de 5% do rendimento real no país.
Ainda sobre a renda, o diretor do BC ressaltou que esse ganho respondeu a um conjunto de fatores, com destaque, além do mercado de trabalho aquecido, à expansão do crédito e ao impulso via benefícios fiscais. “Você vê o consumo apoiado nisso, pensando no crescimento do PIB no final”, frisou.
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