Dois ex-executivos da Americanas que fecharam acordo de colaboração com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) para apontar os caminhos que levaram a varejista a um rombo contábil de mais de R$ 25 bilhões receberão salários e plano de saúde para os próximos anos financiado pela própria empresa.
A rede varejista está atualmente em recuperação judicial e seu valor de mercado foi bastante reduzido, prejudicando os investidores.
A informação foi antecipada pela “Folha de S.Paulo” e confirmada pela Globo. Segundo fontes que acompanham o caso, trata-se de um programa de incentivo à colaboração adotado por empresas, que se tornou comum em casos envolvendo denúncias de funcionários após o escândalo da Lava-Jato, que expôs esquemas de corrupção na Petrobras na década passada.
Os depoimentos de Marcelo da Silva Nunes, que era diretor financeiro da Americanas, e de Flavia Carneiro, que era diretora controladora da varejista, foram usados como principal instrumento para a operação Disclosure, contra ex-executivos da Americanas, lançada pela PF e o MPF no final de junho.
Embora esse benefício seja pago pela Americanas, os dois ex-diretores da empresa serão co-réus, afirmam pessoas com conhecimento da investigação. “A delação premiada não liberta ninguém e ainda implica a pessoa na prática de um crime, mas há uma atenuação da pena, desde que o réu seja condenado”, explicou uma das fontes à Globo.
Cópias de mensagens
Segundo documentos anexados ao processo, os dois executivos que colaboraram com as investigações tiveram participação direta na fraude e, após fecharem o acordo de colaboração, forneceram cópias de e-mails, mensagens de celulares e documentos que indicam a fraude que levou a empresa a entrar em recuperação judicial.
Nos documentos enviados, os dois ex-executivos revelaram que, a cada três meses, os resultados eram falsificados através de diferentes versões. “Nas mensagens trocadas entre eles, tanto via WhatsApp quanto por e-mail, ficou claro quem deu a ordem e quem a revisou”, lembrou a fonte.
Segundo documentos anexados ao processo, os funcionários relataram ameaças. Procurada, a Americanas não comentou.
Nesta semana, o colunista da Globo Lauro Jardim noticiou que Timotheo Barros, ex-diretor da Americanas e um dos alvos de uma operação de busca e apreensão da PF em junho, pediu à Justiça a suspensão das investigações e o afastamento dos procuradores do MPF que investigam o caso, além de ao cancelamento da busca, traçando um paralelo com os problemas processuais da Lava-Jato. Ele também pediu confronto entre ele e os delatores Flavia Carneiro e Marcelo Nunes.
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