O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira (23) que o Brasil está na fase “quase final” para obter a licença para exploração de petróleo na margem equatorial. Localizada no litoral norte do país, a área é considerada uma nova camada do pré-sal, devido ao potencial de reservas de petróleo.
“O governo que quer cumprir rigorosamente toda a legislação ambiental e está na fase quase final de avançar na possibilidade de primeiro diagnosticar as nossas riquezas da margem equatorial, para depois, soberanamente, decidir sobre essa exploração”, disse aos jornalistas, no Rio de Janeiro. Janeiro.
Silveira fez a afirmação logo após participar da abertura do ROG.e 2024, antes conhecido como Rio Oil & Gas. O evento é um dos maiores da indústria de petróleo e gás do mundo e reúne representantes de empresas e autoridades nacionais e internacionais.
Segundo o ministro, o Brasil é o “celeiro de energia limpa e renovável do mundo” e não pode abrir mão da exploração e produção de petróleo.
“O Brasil é a grande potência verde global, temos autoridade para dizer que a nossa matriz é plural e não podemos abrir mão dessa pluralidade”, declarou.
A margem equatorial abrange uma área que vai do litoral do Rio Grande do Norte ao do Amapá. A potencial exploração de petróleo na região, que inclui a foz do rio Amazonas, é criticada por ambientalistas, preocupados com possíveis danos ambientais.
A Petrobras solicita licença ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, para iniciar trabalhos de exploração no litoral, que inclui a Bacia da Foz do Amazonas.
Ambiente
O ministro garantiu que a Petrobras vem cumprindo as condicionantes ambientais. “À medida que a Petrobras cumpre, apoiamos cada vez mais esse licenciamento.” Ele não estabeleceu prazo para a estatal obter autorização do Ibama.
Silveira enfatizou que a Petrobras é uma empresa referência global na exploração de petróleo offshore (no mar) e disse que se reuniu, na semana passada, com representantes do governo indiano interessados em uma parceria com a estatal brasileira para busca de petróleo em águas profundas e ultraprofundas no Oceano Índico.
“Uma nação enorme como a Índia não confiaria em ninguém. Eles estão crescendo rapidamente e precisam dos melhores especialistas.”
Alexandre Silveira argumentou que, enquanto houver demanda por petróleo no mundo, o Brasil deverá se posicionar como produtor global. Atualmente, o país é o maior produtor da América do Sul e o nono do mundo.
“Não deixaremos de ser exportadores para sermos importadores, isso não seria justo com os brasileiros”, disse.
“O presidente Lula não desiste de aproveitar todo o potencial do Brasil para entregar o legado de um país mais inclusivo, e a nossa pluralidade energética é a nossa grande força”, acrescentou.
O ministro citou fontes de energia limpa como hidroeletricidade, solar, eólica, biomassa e biocombustíveis para mostrar que o Brasil está no caminho da transição energética para uma economia com baixo uso de combustíveis poluentes.
Horário de verão
Alexandre Silveira aproveitou conversas com jornalistas para reforçar que o Brasil não enfrenta o risco de insegurança energética e que um possível retorno ao horário de verão será tratado pelo governo com “tranquilidade” e levando em consideração o efeito no dia a dia dos Brasileiros.
Segundo ele, adiantar os relógios seria uma ferramenta para melhorar o preço da energia para o consumidor. Na última quinta-feira (19), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou que o governo voltasse à adoção do horário de verão.
Programa de incentivo
Durante a inauguração do ROG.e, o ministro assinou a portaria que cria o programa Potencializa E&P. A iniciativa visa incentivar o desenvolvimento sustentável da exploração e produção de petróleo e gás, com atenção a novas fronteiras exploratórias e campos de economia marginal (com menor interesse comercial).
A Potencializa E&P contará com a participação do Ministério de Minas e Energia (MME), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), além de outras instituições convidadas, que não terão direito a voto.
A criação do programa dá números ao interesse do governo na margem equatorial. Segundo o MME, a expectativa é que sejam investidos R$ 280 bilhões na área com reservas potenciais de 10 bilhões de barris de petróleo e potencial para gerar 350 mil empregos.
Transição energética
Até quinta-feira (26), a ROG.e reúne nomes da indústria petrolífera global, incluindo produtores e fornecedores, no Boulevard Olímpico, na zona portuária do Rio de Janeiro.
No ambiente corporativo dedicado à exploração de combustíveis fósseis, os participantes da mesa de abertura defenderam que não há incoerência entre incentivar a atividade e, ao mesmo tempo, buscar caminhos para a transição energética.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, explicou que o interesse da estatal na margem equatorial faz parte do processo de segurança energética, “de forma segura e ambientalmente responsável”.
Ela ressaltou que o Brasil tem cerca de 50% de sua matriz energética proveniente de fontes renováveis, número superior à média mundial, 16%. “O Brasil espera chegar a 64% em 2050”, informou.
Ela mencionou que, além de produzir combustíveis mais verdes, como o biodiesel, a Petrobras colabora com a transição energética por meio de técnicas de produção mais limpas.
Segundo Chambriard, o pré-sal brasileiro libera, em sua produção, um nível de emissões de dióxido de carbono que é metade do nível mundial. “Avançaremos na exploração e produção de petróleo e na redução da pegada de carbono”, disse ele.
O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, contextualizou que a transição energética não se dará por razões económicas ou de eficiência, ou seja, não é motivada por custos mais baixos ou combustíveis mais potentes. Portanto, segundo ele, é um processo que “vai custar muito”.
Ele classificou o Brasil como um potênciaque pode ser entendido como uma referência global. “Temos potencial para desenvolver todas as formas de energia, renováveis e não renováveis, e ajudar o mundo no cenário de transição energética.”
O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o kuwaitiano Haitham Al Ghais, afirmou que os países da organização procuram formas de produzir petróleo de forma mais eficiente e capturar carbono da atmosfera. A OPEP reúne grandes produtores de petróleo, principalmente do Médio Oriente.
Haitham Al Ghais reconheceu o papel de liderança do Brasil – um país que não é membro da OPEP – na transição energética. “O Brasil demonstra que é possível ser líder em energia renovável e produzir o petróleo e o gás que o mundo precisará.”
Protesto
Fora da reunião, ativistas ambientais organizaram uma manifestação silenciosa. Eles exibiram um inflável com cartazes de executivos de grandes petrolíferas e a frase “Eles lucram, nós sofremos”.
Segundo Tica Minami, uma das organizadoras do protesto, o evento é uma contradição na busca pela transição energética. Ela relembra episódios de emergência climática, como a seca histórica no país, ocorrência frequente de ondas de calor e incêndios florestais para justificar sua opinião.
“O Rio de Janeiro acolhe este evento que tenta parecer inovador, também preocupado com as alterações climáticas, mas, na verdade, é um evento de promoção dos combustíveis fósseis, que são a principal causa da emergência climática que vivemos hoje”, disse. contado Agência Brasil.
“Isso não é uma transição energética, para nós isso é uma regressão energética”, acrescentou o ativista, que vê como uma contradição o governo brasileiro se posicionar como líder climático global e defender a exploração de petróleo na Amazônia.
*Em colaboração com Francielly Barbosa
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