Até julho, 56.904 novos nomes estavam negativados em Mato Grosso do Sul, o que totaliza 1,096 milhão de inadimplentes este ano. Dados do Mapa de Inadimplência e Negociação de Dívidas da Serasa revelam que, em relação a dezembro de 2023, o aumento foi de quase 5,47% – superando a média nacional, que registrou aumento de apenas 1,34%.
Com um total de 2.138.342 adultos economicamente ativos em Mato Grosso do Sul, mais da metade (50,97%) enfrenta algum tipo de restrição, totalizando 1.096.215 Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) negativos até julho.
Segundo a Serasa, na comparação anual, o crescimento foi de 4,88% em relação aos 1,045 milhão de nomes sujos registrados em julho de 2023. Segundo pesquisa enviada ao Correio do Estado, o valor médio das dívidas por inadimplente é de R$ 5.820, enquanto o total devido em MS chega a R$ 6,381 bilhões.
O mestre em Economia Eugênio Pavão explica que a incapacidade de saldar as dívidas, tendo em conta as atuais condições económicas, se deve principalmente à má gestão financeira.
“Como a renda dos funcionários da iniciativa privada e das prefeituras é muito baixa, as pessoas apostam que vão ganhar mais ou não fazem o ajuste financeiro esperado [finanças pessoais planejadas]aumentando novamente a dívida, resultando em inadimplência”, relata.
Pavão salienta que questões estruturais, como o crescimento económico atingir os seus limites, são agravadas pelas alterações climáticas, pela geopolítica, pelas guerras e pela queda da procura. “Com condições climáticas adversas, o agronegócio vive queda nos lucros e, portanto, não consegue ganhar produtividade e renda”, analisa o economista.
CENÁRIO
O doutor em Economia Michel Constantino lista os principais fatores que contribuíram para o cenário em Mato Grosso do Sul.
“[Os endividamentos] estão ligadas principalmente à falta de planejamento financeiro, seguida pelo alto custo de vida, inflação, altas taxas de juros e até empregos chamados de subemprego [sem carteira assinada]que são frágeis e não têm proteção”, afirma.
Para o mestre em Economia Lucas Mikael, a expectativa é que o cenário de inadimplência permaneça estável nos próximos meses, já que mudar essa realidade costuma levar algum tempo.
“Vários factores, como a instabilidade económica e as flutuações do mercado, ainda afectam a capacidade de pagamento das famílias”, afirma.
PERFIL
Segundo informações da Serasa, os cartões de crédito continuam sendo os principais responsáveis pela inadimplência, representando 30,40% das dívidas até julho em Mato Grosso do Sul.
Em segundo lugar estão os serviços, com 17,86%, seguidos pelas finanças, que totaliza 17,38%. O varejo ocupa a quarta posição, com 13,11% das dívidas. As contas básicas, como água, luz e gás, respondem por 12% das pendências registradas em julho.
Além disso, pesquisa da Serasa indica que bancos e cartões também são os maiores responsáveis pelas dívidas em aberto no Brasil, com um total de 28,44%. Em seguida vêm contas básicas (21,85%), instituições financeiras (17,81%) e serviços (12,09%).
Thiago Ramos, gerente da Serasa, destaca que a inadimplência impede o acesso a crédito, empréstimos e financiamento de imóveis ou veículos.
“Pesquisas mostram que a inadimplência afeta a autoestima e aumenta a ansiedade e a depressão. O estudo revela que 45% das pessoas que quitaram suas dívidas acreditam que conseguirão realizar seus sonhos de consumo neste ano, enquanto entre os que ainda estão inadimplentes esse número cai para 28%”, explica.
NACIONAL
Em julho, o Brasil registrou 72,66 milhões de inadimplentes, o que representa 44,05% da população economicamente ativa do país, conforme mostra o Mapa da Inadimplência da Serasa. Nesse período, as dívidas totais atingiram R$ 390,5 bilhões, resultando em uma média de R$ 5.373,46 por pessoa com mau nome.
Segundo a Serasa, até julho foram identificadas 271,63 mil dívidas em aberto, sendo o valor médio de cada dívida de R$ 1,437 mil, totalizando R$ 390,5 bilhões em todo o país.
35,1%
A pesquisa da Serasa revela que a faixa etária de 41 a 60 anos é a que mais acumula dívidas, com 35,1% do total. Em seguida estão os consumidores de 26 a 40 anos, com 34,1%, e os maiores de 60 anos, com 18,9%. Os jovens até aos 25 anos são o grupo com menor taxa de incumprimento: apenas 11,9%.
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