A possível persistência da seca histórica no país e o consequente impacto nos reservatórios nos próximos meses levará à manutenção da bandeira tarifária vermelha 1 ou ao acionamento da bandeira vermelha 2, o que significa preços mais elevados na conta de luz, disse o diretor – general da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, em entrevista ao Estadão/Transmissão
“Se o período de seca continuar como está, há uma grande tendência de continuarmos com a bandeira vermelha, nível 1 ou nível 2, e um eventual agravamento desta situação vai depender de alguns mecanismos que já estamos tomando”, disse. declarado.
Sandoval disse ainda que o processo de fiscalização iniciado pela área técnica do órgão regulador deve terminar este mês após inconsistência que resultou em revisão extraordinária e inédita da bandeira tarifária.
Já são quase dez anos de bandeira tarifária, quais os efeitos práticos?
A bandeira tarifária já faz parte do dia a dia da sociedade brasileira, é uma conquista para a população. Uma das questões positivas é a educação e o uso eficiente da energia elétrica. O outro ponto é a economia de juros para a população. São mais de R$ 4 bilhões em dez anos.
Cobrar valores atuais com juros da tarifa?
Antes da bandeira tarifária, quando havia um grande aumento nos custos de energia, as distribuidoras pagavam esse custo. No que diz respeito ao processo tarifário, eles tiveram que cobrar o valor que pagaram a mais, acrescido de juros. Hoje, quando você ativa um recurso mais caro, imediatamente, no mês seguinte, o consumidor já é cobrado por isso. Daí a economia com juros.
O erro de cálculo que levou à revisão da bandeira vermelha de 2 para 1 foi sem precedentes?
Sim. Quaisquer erros ou inconsistências durante o processo de análise de dados podem ocorrer e são corrigidos. O grande problema foi a consideração de uma planta duas vezes (fábrica de Santa Cruz). O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) já havia calculado o custo marginal de operação e a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) (definiu) o cálculo da função custo futuro e do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). E já sabíamos que a bandeira era vermelha 2.
O erro veio depois, então?
Identificou-se que havia essa duplicidade. A regra diz que (em caso de) erros ou inconsistências encontrados, você considera no dia seguinte e não recalcula a bandeira. Isso aconteceu no sábado e no dia seguinte foi domingo. Como foi no início do mês, conseguimos corrigir isso sem causar maiores prejuízos ao consumidor.
Qual foi o impacto?
A receita do segmento de distribuição custa R$ 250 bilhões por ano. Essa correção de bandeira representou uma diferença de R$ 900 milhões. Então estamos falando de um erro de 0,4% na tarifa.
Qual o andamento da fiscalização que a Aneel abriu?
Indicamos três técnicos da agência, que já passaram pela CCEE e pelo ONS na semana passada. Eles já relataram que o processo ocorreu sem problemas. Vamos simular os dados aqui na Aneel. Neste momento ainda estamos na fase de recolha de informação.
Estão sendo planejadas melhorias no sistema de bandeiras tarifárias?
Recentemente melhoramos o mecanismo de bandeiras tarifárias. Atualizamos os intervalos de transmissão. Inserimos também uma variável importante que é a influência dos despachos termelétricos fora da ordem de mérito, pois anteriormente esses despachos eram definidos pelo CMSE e não influenciavam a bandeira. Agora, pela metodologia já aprovada neste ano, essa variável influencia no valor da bandeira.
A possibilidade de retomada do horário de verão conta com apoio técnico da Aneel?
A Aneel não participa dessas discussões. Então, essa é uma discussão que acontece estritamente no âmbito do ministério (de Minas e Energia) e do ONS. Porque existem perspectivas técnicas, e essa é a visão que cabe ao Operador Nacional do Sistema Elétrico. No Ministério de Minas e Energia há questões técnicas e há questões políticas associadas a outras indústrias que, de alguma forma, são influenciadas pelo horário de verão, pela questão do turismo, do comércio, da segurança pública. Então, são componentes políticos que cabe ao ministro e à Presidência da República avaliar.
Com o cenário climático do país, quais as perspectivas para as bandeiras tarifárias nos próximos meses?
Estamos preocupados com todas as questões ambientais associadas. O ano de 2023 foi o mais quente da história, e 2024 caminha para superar 2023. Então, se essas altas temperaturas se confirmarem, temos uma tendência de maior esgotamento (diminuição do volume de água) dos reservatórios. Precisamos observar o quão desfavorável será o período seco e quão generoso será o próximo período chuvoso para que possamos ter uma perspectiva melhor sobre aumentos tarifários, acionamento de bandeiras e, claro, maiores custos para a sociedade como um todo.
Mas existe uma tendência?
O que posso dizer é que, este ano, estamos desfavoráveis em relação ao custo da energia elétrica. Não podemos garantir com certeza como a bandeira se comportará, por exemplo, até dezembro, ou depois de dezembro. Mas, certamente, se o período de seca continuar como está, há uma grande tendência de continuarmos com a bandeira vermelha, nível 1 ou nível 2, e um eventual agravamento desta situação dependerá de alguns mecanismos que já estamos tomando , como governo no sentido mais amplo, Aneel, ministério e ONS. Aprovamos o atendimento à demanda, que é um mecanismo importante para conter o consumo nos horários de pico e evitar o despacho de termelétricas mais caras. Hoje também temos uma complementaridade muito grande de energias renováveis, que não tínhamos em anos anteriores. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
banco militar
emprestimo pessoal taxa de juros
simular empréstimo caixa
simulador empréstimos
contrato banco pan
emprestimo bpc loas representante legal