O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a dizer nesta sexta-feira (20), que quando o atual governo assumiu o poder havia um grupo de pessoas que entendia que o equilíbrio das contas públicas não deveria ser levado em conta, e que isso seria uma questão menor.
“Não é isso que deveria prevalecer, não é isso que deveria orientar as ações do governo. Temos que passar por isso. Se for preciso criar déficits crescentes, mas garantindo o que foi defendido nas urnas, o que representamos, vale a pena correr o risco de não equilibrar, não sinalizar atenção para isso, pelo menos no curto prazo”, disse Haddad aos estudantes da Universidade de São Paulo (USP), em palestra esta noite.
Para ele, por outro lado, há pessoas que também têm legitimidade, embora destaque que há riscos concretos em todo esse desarranjo.
E o transtorno, segundo o ministro, não foi pequeno.
“Não estávamos herdando uma situação de normalidade nas finanças públicas. O Brasil nunca havia descumprido ordens judiciais na esfera federal, porque não faz sentido você poder pagar e mentir, calote, a não ser para fazer contas públicas , como aconteceu”, disse o ministro.
“Não se desperdiça dinheiro dos governadores para baixar artificialmente o preço dos combustíveis durante as eleições. Não se destrói os registros dos programas sociais para oferecer benefícios a quem não precisa deles, também para fins eleitorais. Não criar, mesmo com bons propósitos, um fundo para educação que foi impulsionado em 2006, mas foi reforçado recentemente.
Segundo ele, a gestão anterior terceirizou um governo, garantindo que as emendas parlamentares garantissem base parlamentar.
“Não estou nem aqui criticando o Congresso. Ele está no seu papel de liderança. A questão é quando um Executivo fraco começa a delegar o que é sua decisão para outros poderes. Então, se você somar esses grandes acontecimentos, você tem o tamanho do a situação”, disse o ministro, acrescentando que o governo não vai frustrar a população – mas entende que a questão fiscal importa, embora a situação herdada tenha sido de falta de controlo sobre as contas públicas.
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