O dólar disparou 1,78% nesta sexta-feira (20), a R$ 5,519, com investidores ajustando posições globalmente após sessões de desvalorização, também em meio a temores sobre as contas públicas brasileiras.
O relatório bimestral de despesas e receitas será enviado ao Congresso ainda esta sexta-feira, mas a apresentação do documento e a subsequente conferência de imprensa foram adiadas para segunda-feira.
A Bolsa fechou com forte queda de 1,55%, aos 131.065 pontos, com pressão da curva de juros futuros afetando ações sensíveis à economia doméstica.
Na semana, a moeda americana acumula perdas de 0,83%; o Ibovespa, 2,79%.
O mercado reagiu a uma série de estímulos que reduziram o apetite por investimentos no Brasil.
Após uma semana marcada por decisões sobre taxas de juros do BC (Banco Central) e do Fed (Federal Reserve, autoridade americana), o dólar se valorizou globalmente nesta sessão, num movimento de recuperação de perdas.
Só em relação ao real, a moeda americana acumulava queda de mais de 2% nos últimos dias, diante da perspectiva – e, posteriormente, da confirmação – do aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
Aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, citando a resiliência da economia brasileira. O Fed fez o primeiro corte nas taxas desde 2020, diminuindo 0,50 ponto após temores de uma desaceleração no mercado de trabalho. As taxas de juros americanas estão agora na faixa de 4,75% e 5%.
O aumento do diferencial de juros favorece os investimentos “carry trade” – ou seja, quando os investidores tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam recursos em moedas de países com taxas altas para maior rentabilidade.
Com a perda do impulso inicial, é “natural que a moeda americana entre em uma correção técnica”, explica André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
O movimento de valorização foi global nesta sexta-feira: o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – subiu 0,10%, para 100,72.
Houve também um empurrão da decisão de política monetária do Banco Central do Japão, que manteve as taxas de curto prazo em 0,25% e pediu “paciência” para voltar a subir as taxas de juro. Em relação ao iene, o dólar subiu 0,76%, para 143,97, o que atraiu grande parte dos investidores estrangeiros para a moeda americana.
O aumento, no entanto, não foi tão forte noutros mercados como foi aqui. “Há questões fundamentais: a persistência da inflação brasileira mais alta, que pressiona os juros, e os riscos fiscais, que são muito importantes na avaliação do mercado e serão ainda maiores em 2025”, afirma André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Envio on-line.
Na decisão de quarta-feira, o Copom deixou em aberto os próximos passos e evitou se comprometer com a intensidade e o tamanho do ciclo de elevação dos juros. Especialistas ouvidos pela reportagem, porém, preveem que a Selic deve entrar em 2025 em 11% e permanecer nesse patamar por muito tempo.
As projeções crescentes afetaram as curvas de taxas de juros futuras pelo segundo dia consecutivo, especialmente os contratos de curto e médio prazo.
A alíquota de janeiro de 2026 passou para 12,175%, de 12,045% do reajuste anterior, enquanto a de janeiro de 2027 saltou de 12,015% para 12,25%. O contrato para 2029 marcou 12,365%, ante 12,09%.
Esse movimento afetou ações mais sensíveis à economia nacional na Bolsa, como Magazine Luiza (-7,25%), Lojas Renner (-4,34%) e MRV (-3,64%), o que ajudou a pressionar o Ibovespa para baixo. .
A queda foi intensificada pelas perdas de 1,42% da Vale, em meio à desvalorização acumulada do minério de ferro e à conclusão da descaracterização do Dique 1B do Sistema Conceição, localizado em Itabira (MG).
O risco fiscal também aprofundou a aversão ao risco dos investidores. O governo brasileiro deve enviar um relatório bimestral de receitas e despesas ao Congresso, o que tem gerado temores sobre o cumprimento das metas propostas pelo marco.
O relatório “poderá ser decisivo para o resultado fiscal de 2024”, afirma Galhardo, da Remessa Online.
“O governo tem trabalhado arduamente na questão de trazer mais receitas extraordinárias, o que mostra o seu empenho em cumprir o que está previsto no quadro fiscal, mas também a dificuldade de fazer ajustamentos do lado da despesa”, explica.
Em projeção enviada esta manhã ao Congresso, o governo Lula (PT) ainda abrirá mão de arrecadar R$ 543,7 bilhões em 2025 com a concessão de benefícios fiscais a empresas e pessoas físicas. O valor representa um aumento de R$ 20 bilhões em relação ao valor estimado das renúncias neste ano.
Contrariando o tamanho da renúncia fiscal, o governo previu que dependerá de R$ 166 bilhões de receita extra para fechar o orçamento com déficit zero estabelecido como meta fiscal para o próximo ano.
Os temores sobre as contas públicas ainda “trazem muita volatilidade ao mercado, o que se refletiu no ruído do câmbio desta sexta-feira”, afirma Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.
*Informações da Folhapress
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