O dólar fechou em queda de 0,71% nesta quinta-feira (19), a R$ 5,421, com investidores refletindo as decisões sobre taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos na véspera.
A moeda enfrentou a sétima sessão consecutiva de desvalorização frente ao real, acumulando perdas de 4,14%. Na mínima de hoje, chegou a R$ 5.398.
A Bolsa de Valores, que marcou firme alta na abertura dos negócios, não conseguiu se firmar no positivo devido à pressão das curvas futuras de juros, em reação à decisão do BC (Banco Central) de elevar a taxa Selic e para manter a porta aberta a novas restrições no futuro.
Com isso, o Ibovespa encerrou o pregão com perdas de 0,47%, aos 133.122 pontos.
O dia foi marcado pela repercussão das decisões do BC e do Fed (Federal Reserve, autoridade americana) do dia anterior. Os movimentos foram opostos – e em linha com as expectativas do mercado.
O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, citando a resiliência da economia brasileira. O Fed fez o primeiro corte nas taxas desde 2020, diminuindo 0,50 ponto após temores de uma desaceleração no mercado de trabalho americano. As taxas de juros americanas estão agora na faixa de 4,75% e 5%.
Ao anunciar a decisão unânime de aumentar a taxa Selic para 10,75% ao ano, o comitê afirmou que o cenário exige uma política de juros mais contracionista, ou seja, que ajude a desacelerar a força da atividade econômica para garantir o controle da inflação.
Como justificação, o painel citou a força da economia do país, as pressões no mercado de trabalho, a subida das projeções de inflação, as expectativas longe da meta perseguida e o hiato do produto positivo (uma indicação de que a atividade está a operar acima do seu nível-alvo). potencial, ou seja, aquecido e sujeito a pressões inflacionárias).
A decisão foi publicada às 18h30 de quarta-feira, após o encerramento dos mercados.
O comitê trabalha com a meta de inflação de 3%, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda) e com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a alta dos preços.
Na última leitura do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do país, a base anual foi de 4,24% em agosto – desaceleração em relação aos 4,5% de julho, teto da meta do BC.
O Copom deixou em aberto os próximos passos e evitou se comprometer com a intensidade e o tamanho do ciclo de elevação dos juros. Especialistas ouvidos pela reportagem, porém, preveem que a Selic deve entrar em 2025 em 11% e permanecer nesse patamar por muito tempo.
“O Banco Central deixou claro que a magnitude total do ciclo ascendente dependerá da evolução dos indicadores e das expectativas”, afirma Silvio Campos, economista sênior da consultoria Tendências. “Será preciso mais Selic para que a inflação atinja a meta de 3%”, afirma o economista.
As projeções de alta da Selic atingiram as curvas futuras de taxas de juros, especialmente os contratos de curto e médio prazo. A taxa de janeiro de 2026 subiu para 12,045%, ante 11,765% da véspera, enquanto a de janeiro de 2027 atingiu 12,015%, ante 11,814% do reajuste anterior.
Isso afetou as ações mais sensíveis à economia nacional na Bolsa, como Magazine Luiza, MRV, Lojas Renner, o que ajudou a pressionar o Ibovespa para baixo. Nem mesmo o aumento de 1,19% da Vale, dona da maior fatia do índice, conteve as perdas.
Nos Estados Unidos, a decisão de cortar 0,50 pontos coroou um debate que tomou conta dos mercados desde a confirmação de que havia chegado o momento de reduzir as taxas de juro.
“O comité ganhou maior confiança de que a inflação está a mover-se de forma sustentável em direção à meta de 2% e considera que os riscos para alcançar os objetivos de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados”, disse o Fed no anúncio.
Os decisores políticos veem a taxa de juro cair mais 0,50 pontos percentuais até ao final deste ano, mais 1 ponto percentual em 2025 e, finalmente, mais 0,50 pontos percentuais em 2026, terminando num intervalo de 2,75% e 3%.
Em conferência de imprensa, porém, Jerome Powell reforçou que as próximas decisões do comité estão à mercê de novos dados económicos. O Fed se reunirá mais duas vezes até o final de 2024, em novembro e dezembro.
“Não há nada que sugira pressa para fazer isso”, disse ele, referindo-se à velocidade com que o banco central poderia reduzir as taxas de juros. “Podemos ir mais rápido se for apropriado, podemos ir mais devagar se for apropriado, podemos fazer uma pausa se for apropriado”.
O dólar normalmente se desvaloriza à medida que as taxas de juros nos Estados Unidos caem, à medida que o rendimento dos ativos vinculados à renda fixa americana se desvaloriza. Isto leva os operadores a investimentos de maior risco, como moedas emergentes e mercados de ações, devido à possibilidade de maior rentabilidade.
As bolsas americanas dispararam esta quinta-feira, com o S&P 500 a estabelecer um novo recorde de fecho. O índice de referência do mercado norte-americano subiu 1,70%, atingindo 5.713 pontos, enquanto o Nasdaq subiu 2,51% e o Dow Jones, 1,26%.
“Embora a declaração não tenha sido explícita, o corte de 0,50 do Fed confirma claramente que as preocupações com a saúde do mercado de trabalho pesaram mais na decisão do que os riscos relacionados à inflação”, comenta Danilo Igliori, economista-chefe do Nomad.
“Os mercados reagiram positivamente à decisão, mas a digestão desta decisão histórica ainda levará tempo e deverá ser esperada muita volatilidade nos próximos dias.”
Quanto maiores as taxas de juros no Brasil e menores nos Estados Unidos, melhor para o real, que se torna mais atrativo para investimentos “carry trade” – ou seja, quando os investidores contraem empréstimos a taxas baixas e aplicam recursos em moedas de países com altas taxas. , para obter lucro sobre o diferencial de juros.
Para Thaís Zara, economista sênior da LCA Consultores, o aumento da diferença entre as taxas de juros dos EUA e do Brasil poderá trazer um aumento de capital para o cenário doméstico.
“Isso causaria um câmbio mais apreciado [valorização do real]o que ajudaria a inflação a voltar mais perto da meta, mas não muda o fato de o BC demonstrar preocupação com a atividade econômica”.
*Informações da Folhapress
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