Com alta de 0,25 ponto percentual na Selic, o taxa básica de juros, de 10,5% para 10,75%O Brasil subiu para o segundo lugar em um ranking de juros reais de 40 nações.
No último levantamento feito em agosto pelo economista Jason Vieira, do site MoneYou, o país ficou em terceiro lugar.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a taxa Selic havia sido mantida em 10,5%.
Com o aumento das taxas de juros, o Brasil passou a ter uma taxa real de 7,33%sendo superada apenas pela Rússia, com juros reais de 9,05%.
A Turquia e o México, que têm alternado nos rankings mais recentes nas primeiras posições, desta vez ficaram respetivamente em terceiro (taxa de 5,47%) e quarto (taxa de 5,45%). A Indonésia aparece em quinto lugar no ranking, com taxa de juros real de 4,37%.
O mercado esperava que a Selic subisse dada a avaliação de expectativas de inflação futura não ancoradas.
Além disso, uma alta agora, ainda durante o mandato do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, daria mais credibilidade ao órgão para iniciar um ciclo de queda dos juros em 2025, quando o economista Gabriel Galípolo, indicado pelo atual PT governo, já assumido.
Além disso, para o economista Jason Vieira, a questão fiscal também pesou na decisão dos diretores do Banco Central dada a insistência do governo na arrecadação e nenhum sinal de corte de gastos. Mesmo que a série de indicadores inflacionários esfrie daqui para frente, com o alívio cambial nas últimas semanas, a questão fiscal continua em foco.
A taxa de juros real calculada pela MoneYou é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, de 4,10%, com base no relatório Focus (que reúne as expectativas do mercado) feito pelo próprio Banco Central e o vencimento mais líquido dos contratos de DI.
Enquanto o Brasil aumentou as taxas de juros, o movimento de aumento das taxas em todo o mundo foi revertido.
Até os EUA baixaram os juros nesta quarta-feira, ainda enfrentando um cenário desafiador de inflação acima da meta. Um balanço mostra que entre os 40 países do ranking, 52,50% dos países reduziram as taxas de juros.
Uma pesquisa realizada pelo C6 Bank mostra que entre os países que aumentaram as taxas de juros na última reunião dos seus bancos centrais, como o Japão e a Rússia, a situação macroeconómica é muito diferente.
O Banco Central da Rússia elevou a taxa de juros para 19% diante de uma inflação de 9% (acumulada em 12 meses até agosto). A meta do Banco Central Russo é levar a inflação para 4% em 2025.
No Japão, verifica-se um processo de normalização da política monetária, após um longo período de combate à deflação.
O país, que apresentava juros negativos há oito anos, iniciou o processo de elevação dos juros em março deste ano.
Na reunião mais recente, o Banco Central Japonês elevou a taxa de juros para 0,25%, em meio a uma inflação acumulada de 2,8% nos 12 meses até julho.
No Brasil, a inflação acumulada em 12 meses é de 4,2% e o BC busca trazê-la de volta à meta de 3% no início de 2026.
Veja os países com as maiores taxas de juros reais do mundo
1) Rússia: 9,05%
2) BRASIL: 7,33%
3)Turquia; 5,47%
4) México: 5,45%
5) Indonésia: 4,37%
6) Índia: 3,08%
7) África do Sul: 2,96%
8) Colômbia: 2,37%
9) Tailândia: 2,03%
10) Hungria: 1,98%
Fonte: site MoneYou
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