O Ministério da Mulher e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lançaram, nesta quarta-feira (18), em Brasília, o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Trabalhista entre Mulheres e Homens, com ações que visam ampliar e manter as mulheres no mercado de trabalho , promoção para cargos de gestão e gestão; e também, para combater a discriminação no local de trabalho.
A previsão orçamentária do governo federal para a execução do plano é de R$ 17 bilhões.
O anúncio ocorreu durante a divulgação do 2º Relatório de Transparência Salarial, nesta quarta-feira, que mostra que as trabalhadoras ganhariam, em 2023, 20,7% menos que os homens, em mais de 50 mil empresas com cem ou mais funcionários, no Brasil.
No evento, a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, explicou que o principal item do plano inédito é a qualificação das mulheres para ocuparem espaços onde, atualmente, não estão, como cargos de chefia e chefia.
“Precisamos que as empresas decidam nos ajudar a fazer isso. Não queremos ir a tribunal, não queremos lutar, fazer guerra. Queremos discutir em conjunto com as empresas. E há um espaço enorme para fazer esse debate.”
O Plano Nacional para a Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens pode ser acedido neste endereço.
Plano de igualdade salarial
No total, o Plano Nacional para a Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens conta com 79 ações que consideram as desigualdades entre mulheres e homens no mundo do trabalho, considerando questões de raça e etnia, geração e capacitância.
As ações estão divididas em três eixos:
- Acesso e ampliação da participação das mulheres no mundo do trabalho, com 36 ações para combater as barreiras que impedem o acesso das mulheres ao mundo do trabalho em condições de plena igualdade;
- Permanência da mulher nas atividades laborais, com 19 ações para reduzir obstáculos à permanência da mulher e promover políticas de partilha de responsabilidades familiares; e
- Avanço e ascensão profissional das mulheres no mundo do trabalho, com 24 ações que visam estimular e criar oportunidades para que jovens tenham acesso a carreiras ligadas às ciências exatas, como ciências, engenharias e matemática.
As ações também abordam aspectos étnico-raciais e a divisão sexual do trabalho, ou seja, as responsabilidades familiares no cuidado de outras pessoas.
A Secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidado do Ministério da Mulher, Rosane da Silva, enfatizou que a promoção da igualdade entre mulheres e homens no mercado de trabalho requer interação entre o poder público, as empresas, a sociedade civil e o movimento sindical, para exigir o cumprimento das legislação que determina a igualdade salarial entre homens e mulheres para o mesmo trabalho.
“Para alcançarmos um país democrático, precisamos que as mulheres estejam em todos os lugares, foi nesse sentido que criamos este plano.”
O acompanhamento, monitoramento e avaliação do conjunto de ações deste plano serão realizados por um comitê gestor coordenado pelos Ministérios da Mulher e do Trabalho e Emprego e composto também pelas pastas dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços ( Mdic), Ministério da Igualdade Racial (MIR) e Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC).
Grupo de Trabalho Interministerial
O Plano Nacional de Igualdade Salarial e Trabalhista entre Mulheres e Homens é resultado da construção coletiva realizada pelo Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), criado em 2023, formado por 11 ministérios, com a participação de representantes dos sindicatos, do setor empresarial , instituições instituições públicas e universidades.
“Ajude-nos a executar este plano para que tenhamos uma sociedade democrática, o que significa mulheres ocupando todos os espaços, com igualdade no trabalho, o que é fundamental”, apelou a Secretária Nacional de Autonomia Económica e Política de Saúde da Mulher, Rosane da Silva .
No evento, a representante da Central Sindical do Brasil (CSB), Maria Abadia de Souza, afirmou que a reivindicação pela igualdade salarial entre homens e mulheres é uma luta antiga das mulheres trabalhadoras e, por isso, as centrais sindicais serão mobilizadas para fiscalizar o cumprimento da lei da igualdade salarial entre homens e mulheres e o plano lançado.
“A lei e o plano são passos importantes que precisam ser seguidos para alcançarmos essa igualdade. Sabemos que há muito a fazer, por isso a luta não acaba aqui”, afirmou o dirigente sindical.
Compromissos internacionais
A promoção da igualdade de gênero no trabalho também está prevista no quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), para 2030, assumido pelo governo do Brasil.
O objetivo é incluir as mulheres e promover a autonomia económica, especialmente entre as mulheres jovens, negras e em situação de pobreza, nas políticas de desenvolvimento económico e social, contribuindo para a superação da fome e da pobreza.
Os desafios foram assumidos pelo governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na presidência rotativa do Brasil do G20, mais especificamente no Grupo de Trabalho para o Empoderamento da Mulher e no Grupo de Trabalho sobre Emprego. O G20 é composto pelos 19 países mais desenvolvidos do mundo e por dois organismos regionais, a União Africana e a União Europeia.
O lançamento do Plano Nacional de Igualdade Salarial e Trabalhista entre Mulheres e Homens ocorreu no Dia Internacional da Igualdade Salarial, instituído pela ONU, em 2019. A representante da ONU Mulheres pelo Brasil, Ana Carolina Querino, elogiou o lançamento do plano por o governo federal.
“O lançamento representa a articulação e mobilização necessárias para transformar as relações culturais em nossa sociedade.”
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