Os juros futuros fecharam a terça-feira (17) com viés de baixa, após serem pressionados para cima ao longo da manhã pelo ambiente externo e pelo risco do cenário fiscal.
O alívio coincidiu com a melhora do câmbio, com o dólar se firmando abaixo de R$ 5,50, também na segunda etapa, que não teve grandes novidades no noticiário que justificassem o abandono da cautela.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro continuaram a subir até ao final do dia, num contexto de dados de atividade surpreendentes, mas que não abalaram a confiança do mercado no corte da taxa de juro de 0,5 pontos percentuais por parte da Fed, amanhã.
As apostas para o Copom também nesta quarta seguem consolidadas em alta de 0,25 ponto.
A taxa do contrato de Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2025 encerrou em 10,945%, contra 10,961% ontem no reajuste, e o DI para janeiro de 2026, em 11,78%, contra 11,83% ontem. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 11,81% (11,85% ontem no reajuste) e o DI para janeiro de 2029 ficou estável em 11,96%.
Nas mesas de renda fixa, o exterior era visto hoje como o grande impulsionador dos negócios. As taxas começaram o dia em torno da estabilidade, mas começaram a subir a meio da manhã, acompanhando a reação da curva dos Treasuries a dados melhores que o esperado sobre a produção retalhista e industrial nos EUA, no dia do leilão de obrigações a 20 anos com demanda abaixo da média. No final da tarde, o rendimento do T-Note de dez anos era de 3,645%.
À tarde, embora a curva americana tenha permanecido pressionada, o aumento das taxas locais perdeu força, aparentemente em linha com a queda do dólar para R$ 5,48.
O patamar atual da moeda americana está bem abaixo do último Copom (R$ 5,65) e também inferior aos R$ 5,55 do cenário de referência mencionado no comunicado de julho, para o qual é relevante a projeção de inflação no horizonte (primeiro trimestre de 2026) era de 3,4%, com trajetória de juros retirada da pesquisa Focus da época. O dólar à vista encerrou em R$ 5,4882.
Se a melhora do câmbio não é capaz de afastar as apostas no aperto da Selic, ao menos endossa a ideia de que a dose de 0,25 ponto seria um bom tamanho para iniciar o ciclo.
Há muitos economistas que acreditam que com base nos fundamentos e, principalmente, pelo corte da taxa de juros nos EUA, o Copom deverá manter a Selic em 10,50%.
Mas, após comunicação difusa desde a última reunião, a taxa será aumentada para fortalecer a credibilidade da instituição antes que Gabriel Galípolo, cuja indicação ainda precisa passar pelo Senado, assuma o comando.
Neste grupo está a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese. “Vão subir muito por causa da promessa que estão fazendo de subir. Mas não haveria necessidade. Temos uma taxa de juros absolutamente restritiva, juros reais muito altos, num momento em que o mercado de trabalho começa a mostrar alguns sinais de que poderá entrar em inflexão”, afirma, lembrando ainda que a inflação atual “não é má”. Portanto, o Copom deverá optar por um aumento mínimo de 0,25 ponto, o que será ainda mais difícil de justificar se o Fed aplicar uma dose maior, de 0,5 ponto, na redução dos juros amanhã. “Nesse caso, eu não queria estar no lugar do Copom”, diz Veronese.
Um fator que merece destaque no balanço de riscos do Copom é o cenário fiscal, que vem se agravando desde que a seca que atingiu o país provocou uma série de incêndios, exigindo uma atuação mais efetiva do governo federal, que colocou sobre a mesa a possibilidade de assistência através da utilização de crédito extraordinário.
“O planejamento e a execução fiscal do governo têm efeitos diretos e indiretos na decisão sobre a taxa de juros no Brasil. No curto prazo, o principal impacto é na taxa de câmbio, por meio do prêmio de risco embutido nos juros pagos sobre os títulos brasileiros”, destaca Renato Chaim e Tarik Barat, da PRX Capital, que prevêem um aumento de 0,25 ponto na Selic amanhã, para levar a uma transição suave e, assim, dar mais tempo para os agentes econômicos se adaptarem.
Veja também
Motores FM
Basalto 2025: Citroën lança SUV Coupé no Brasil; veja quando estará à venda
Motores FM
Peugeot 208: confira preços do modelo 2025; mais barato custa R$ 76.999
empréstimo itaú pessoal
divida banco pan
refinanciamento de empréstimo consignado bradesco
taxas de juros inss
empréstimo de valor baixo
simulador de empréstimo consignado banco do brasil
quitar emprestimo fgts banco pan