A partir de 1º de outubro, as empresas de apostas de quota fixa, também chamadas de apostas, que ainda não solicitaram autorização para funcionar no país terão suas operações suspensas. A suspensão será válida até que a empresa apresente o pedido e a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda conceda autorização.
A medida consta de portaria do Ministério da Fazenda publicado nesta terça-feira (17) em Diário Oficial da União. A empresa que solicitou a licença, mas ainda não estava a funcionar, terá de continuar a aguardar para iniciar a actividade em Janeiro, caso o departamento autorize a actividade.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo fará um pente fino na regulamentação das apostas eletrônicas. Ele disse que o vício psicológico no jogo se tornou um sério problema social.
“[A regulamentação] Tem a ver com a pandemia [de apostas eletrônicas] que está instalado no país e que temos que começar a enfrentar, que é essa questão da dependência psicológica dos games”, disse Haddad. “O objetivo da regulação é criar condições para que possamos dar apoio. Isso tem que ser tratado como entretenimento e qualquer forma de dependência tem que ser combatida pelo Estado.”
Segundo Haddad, o ministério analisará com rigor o impacto do endividamento dos apostadores na economia, do uso de cartão de crédito para pagamento de apostas, da publicidade com artistas e influenciadores digitais e do patrocínio de apostas.
“Tudo isso vai passar por um pente fino muito rigoroso nas próximas semanas, porque o objetivo da lei é fazer o que não foi feito nos quatro anos do governo anterior. Isso se tornou um grave problema social e vamos enfrentar esse problema de forma adequada”, acrescentou o ministro.
Operações policiais
Em nota, o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, informou que a suspensão das apostas que não solicitaram autorização servirá como instrumento temporário para separar empresas sérias daquelas que agem de forma criminosa, especialmente após recente polícia operações.
“Surgiram muitas operações policiais envolvendo empresas que atuam no mercado de apostas de forma criminosa. Essa foi a forma que encontramos para não esperar até janeiro para começar a separar o joio do trigo”, explicou Dudena. “Queremos proteger a saúde mental, financeira e física do apostador, impedindo as atividades das empresas que utilizam apostas esportivas e jogos on-line como meio de cometer fraude e lavagem de dinheiro”.
Segundo o Ministério das Finanças, até ao momento foram feitos 113 pedidos de subvenção na primeira fase de licenciamento. Como cada licença custa R$ 30 milhões, o governo teria R$ 3,3 bilhões disponíveis no próximo ano. A partir de janeiro, as casas de apostas autorizadas que pagarem a subvenção poderão operar até três marcas durante cinco anos.
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