O dólar fechou com queda firme de 1,01% nesta segunda-feira (16), a R$ 5,509, com investidores aguardando decisões sobre taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos.
A moeda enfrentou uma sessão de desvalorização global em antecipação ao início do ciclo de flexibilização monetária do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), num movimento amplamente aguardado pelo mercado.
A Bolsa fechou em alta de 0,17%, aos 135.118 pontos, em sessão também marcada pelo avanço da Petrobras, compensando as fortes perdas da Embraer.
A semana é marcada pela chamada “super quarta-feira”, dia em que o BC (Banco Central) brasileiro e o Fed decidirão as taxas de juros. Ambas as reuniões começarão na terça-feira, 17 de setembro.
A expectativa é oposta nos dois países – e grande nos mercados. Aqui, os economistas esperam que o Copom (Comitê de Política Monetária) eleve a Selic para 10,75%, um aumento de 0,25 ponto percentual. Nos EUA, a projeção é de corte nas taxas, embora não haja consenso entre as operadoras sobre o tamanho da flexibilização.
Se até quinta-feira passada a maioria apostava numa redução de 0,25 ponto percentual, face aos dados de inflação acima do esperado e aos números benignos do mercado de trabalho, o cenário mudou desde então.
Depois que Bill Dudley, ex-presidente do Fed de Nova York, declarou ver fortes argumentos para um corte maior e a imprensa chamou a decisão de “apertada”, os agentes financeiros começaram a levantar a possibilidade de uma redução de 0,50 ponto percentual na corrida.
Agora, a flexibilização menor tem probabilidade de 37%, enquanto a maior tem probabilidade de 63%, segundo a ferramenta FedWatch. Na semana passada, as proporções eram de 70% e 30%, respectivamente.
Desde que o presidente da Fed, Jerome Powell, afirmou que tinha chegado o momento de cortar as taxas de juro, as dúvidas sobre o ritmo dos cortes ditaram o comportamento do mercado. A taxa americana está na faixa de 5,25% e 5,50% desde julho do ano passado – o nível mais restritivo em duas décadas. Qualquer corte nesta reunião seria o primeiro do banco central em mais de quatro anos.
O Fed trabalha com duplo mandato, ou seja, monitora de perto a inflação e os dados trabalhistas para decidir sobre as taxas de juros. O objetivo é alcançar o chamado “pouso suave”, quando as taxas de inflação convergem para a meta sem grandes prejuízos à empregabilidade do país.
Um corte de 0,50 pontos permitiria à Fed repor os custos dos empréstimos para níveis normais mais rapidamente, eliminando restrições à economia e protegendo o mercado de trabalho de uma maior fraqueza.
Por outro lado, poderá gerar interpretações de que o banco central está preocupado com um abrandamento mais pronunciado da economia, levando o mercado financeiro a precificar uma redução mais dramática nas taxas após o corte desta semana.
“Pode-se defender 0,50 ponto, mas as comunicações em torno disso são complicadas e não há razão convincente para aceitar este desafio”, disse Loretta Mester, que se aposentou como presidente do Fed de Cleveland em junho.
Com o cenário indefinido, “a Bolsa deverá permanecer parada até quarta-feira”, destacam analistas do BB Investimentos em nota aos clientes.
O dólar normalmente se desvaloriza à medida que as taxas de juros nos Estados Unidos caem, à medida que o rendimento dos ativos vinculados à renda fixa americana se desvaloriza. Isto tende a levar os traders a investimentos de maior risco, como moedas emergentes e mercados de ações, devido à possibilidade de maior rentabilidade.
Para o real, outro fator relevante ainda entra em jogo: o possível novo ciclo de aperto na Selic.
Na reunião de julho, o Copom manteve a taxa básica de juros no atual patamar de 10,50% ao ano pela segunda vez consecutiva. Desde então, os líderes reiteraram que estão em cima da mesa novos aumentos para trazer a inflação de volta ao centro da meta, se os dados macroeconómicos indicarem a necessidade.
O comitê trabalha com a meta de inflação de 3%, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda) e com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a alta dos preços.
O mercado financeiro dá como certo que a Selic terá nova alta de 0,25 ponto nesta reunião. Os dados indicam que a economia brasileira está forte e resiliente, o que tende a se traduzir em pressões inflacionárias nos meses seguintes.
As projeções de alta não esfriaram mesmo com a leitura de agosto do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial do país, que mostrou que a inflação caiu 0,02% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, passou a registrar alta menor, de 4,24% – desaceleração em relação aos 4,5% de julho, teto da meta do BC.
Quanto maiores as taxas de juros no Brasil e menores nos Estados Unidos, melhor para o real, que se torna mais atrativo para investimentos “carry trade” – ou seja, quando os investidores contraem empréstimos a taxas baixas e aplicam recursos em moedas de países com altas taxas. , para obter lucro sobre o diferencial de juros.
No cenário corporativo, as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras subiram 1,38% e 0,99%, respectivamente, na esteira da alta dos preços do petróleo no exterior.
O avanço da petroleira conteve as perdas da Embraer de 5,29%, liderando o lado negativo devido à conclusão do acordo com a Boeing. A empresa norte-americana terá de pagar 150 milhões de dólares à brasileira, valor que, segundo analistas, ficou abaixo das estimativas de mercado de 200 milhões a 300 milhões de dólares.
A Azul ainda disparou 10,90%, prolongando os fortes ganhos de sexta-feira, com a confirmação de que está negociando com os arrendadores de aeronaves uma “potencial” troca de dívida por participação acionária na empresa.
*Informações da Folhapress
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