A recente reviravolta no mercado global de automóveis eléctricos, actualmente em desaceleração nos países europeus e nos Estados Unidos, está a causar uma queda acentuada nos preços de revenda e excesso de stocks em lojas e fábricas.
No Brasil, onde as vendas desses modelos são fortes, ainda que em base de comparação pequena, a desvalorização dos modelos 100% movidos a bateria também preocupa.
Carros com dois a três anos de uso e baixa quilometragem têm sido vendidos nos últimos meses com até 45% de desconto e, dependendo do modelo, por menos da metade do preço pago pelo novo.
A rápida evolução tecnológica dos carros eléctricos, a deficiência nas infra-estruturas de carregamento e a guerra de preços intensificada pelas empresas chinesas a partir do ano passado, que levou outras marcas a baixarem os seus preços, são os principais factores que levam à desvalorização dos automóveis usados. .
Os preços dos híbridos usados estão mais próximos dos preços dos carros a combustão.
Um novo Nissan Leaf Tekna 2023, por exemplo, tem preço sugerido pela fabricante de R$ 298,4 mil, mas pode ser encontrado nas concessionárias com 15% de desconto, ou R$ 252,1 mil, segundo a consultoria automotiva Kelley Blue Book (KBB).
A versão do mesmo ano com 14 mil km rodados custa, na revenda, R$ 196,1 mil, desconto de 22%. Na troca por outro carro, o lojista paga 37% menos.
Com cerca de 33 milhões de visitas por mês e 1,5 milhão de leads (propostas de compra), a maior plataforma online de venda de veículos do país, a Webmotors, registra neste ano uma desvalorização média de 12% nos preços dos carros elétricos e de 6% nos híbridos.
Os modelos convencionais têm perda média de 2,25%, afirma o CEO Eduardo Jurcevic. Os veículos elétricos representam apenas 1,2% dos cerca de 400 mil veículos em estoque na plataforma. Os híbridos são 2,3%.
Desafio
A demanda por veículos elétricos na Webmotors é 12% menor que os tradicionais. Os motivos, na opinião de Jurcevic, são o desafio de infraestrutura e, em muitos casos, o medo quanto à autonomia da bateria de um carro já usado ou à necessidade de manutenção.
O tempo médio de venda é 26% maior em comparação com híbridos ou combustão.
No mês passado, a concessionária Amazon, autorizada pela Volkswagen, suspendeu as compras de veículos elétricos devido ao longo período em que permanecem nas lojas. A concessionária tem cinco Nissan Leafs em estoque há um ano e meio, chegou a publicitá-los pela metade do preço na lista Fipe (referência em preços de carros usados) e não teve compradores.
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