O governo federal destinou R$ 98,7 bilhões para ações emergenciais e recursos para reconstruir infraestrutura e apoiar a população e empresários gaúchos, segundo balanço apresentado nesta quarta-feira (11), em Porto Alegre, pelos ministros da Secretaria de Comunicação do Rio Grande do Sul. Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, e da Casa Civil, Rui Costa.
O estado enfrentou enchentes e uma tragédia climática devido às fortes chuvas de abril e maio deste ano.
Os recursos foram destinados, por exemplo, para adiantamento de benefícios, linhas de crédito e novos investimentos.
Dos R$ 98,7 bilhões, R$ 42,3 bilhões foram efetivamente pagos pela União.
O ministro Rui Costa ressaltou que a atuação do governo federal demonstra respeito ao pacto federativo e diálogo com governadores e prefeitos.
“Quero ressaltar que isso possibilitou a decisão do presidente [Lula] dar uma resposta sem precedentes na história do Brasil, em volume e rapidez, em coesão, com respostas que foram, desde o momento, emergências, a resposta da recuperação económica, do apoio às famílias, da recuperação da actividade económica e, agora, como forma de reconstruir a estrutura física”, disse.
O ministro Paulo Pimenta destacou a importância da criação da Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, em maio, para definir a estratégia de apoio ao estado. A secretaria, que era comandada por Pimenta, passará a ficar sob a alçada da Secretaria Executiva da Casa Civil.
“Olhamos e temos uma dimensão de tudo o que foi feito. O nosso objectivo nestes quatro meses não foi resolver todos os problemas, mas fazer com que as coisas andassem.
Cada área avançou e já temos um cronograma para elas.”
Ações
As ações de apoio foram divididas em atendimento à população, apoio às empresas, ao governo do estado e aos municípios.
Entre as ações está o pagamento de auxílio à reconstrução (R$ 5,1 mil) a cada família atingida.
Até o momento, foram desembolsados R$ 1,9 bilhão para 374 mil famílias. O auxílio ao trabalhador foi pago a 102,2 mil trabalhadores, totalizando R$ 285 milhões.
O benefício equivale ao pagamento de um salário mínimo por dois meses e a empresa se compromete a manter os empregos por quatro meses.
No Bolsa Família, 67.598 famílias foram incluídas no programa, com impacto de R$ 47 milhões.
O saque do FGTS, em situação de calamidade, foi liberado para 1,05 milhão de trabalhadores em 446 municípios, o que representou a injeção de R$ 3,45 bilhões na economia gaúcha, além da antecipação da restituição do Imposto de Renda para 900 mil pessoas (R$ 1 bilhão).
Outras medidas foram o pagamento de duas parcelas adicionais do seguro-desemprego.
Na área habitacional, o programa Minha Casa Minha Vida Reconstrução disponibiliza R$ 3,48 bilhões para a contratação de 24,8 mil casas novas e usadas, urbanas e rurais, para atender famílias deslocadas.
Para as empresas, algumas das medidas adotadas foram: oferta de linha de crédito de R$ 30 bilhões por meio do Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe) e criação de linha de R$ 4 bilhões para produtores rurais (Pronaf e Pronamp).
O pagamento de financiamentos empresariais junto a bancos públicos, como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, foi suspenso.
O governo federal também adiou por 3 anos o pagamento da dívida do estado, no valor de R$ 11 bilhões, valor que será usado pelo estado para reconstrução. Também foram suspensos os juros da dívida, no valor de R$ 12 bilhões.
Foi liberada parcela extra do Fundo de Participação Municipal (FPM) e incluídos 96 municípios em situação de calamidade (R$ 316,6 milhões).
Procure soluções
No evento, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacou como uma das medidas mais importantes a suspensão do pagamento da dívida gaúcha por três anos, proposta pelo governo federal e aprovada pelo Congresso Nacional.
“São recursos importantes do estado, riqueza que é gerada pelo povo gaúcho que acabou sendo direcionada, em forma de dívida, para Brasília, e esse recurso vai ficar aqui para financiar obras de reconstrução e ativação econômica. “
Ele reconheceu que, apesar das divergências políticas, sempre houve disposição entre os ministros do governo federal e do governo estadual para buscar soluções para os problemas decorrentes da tragédia.
“Quero destacar, neste balanço que também encerra uma etapa em que esta secretaria extraordinária cumpriu o seu papel, apesar de ter debates, houve e assisti do deputado Paulo Pimenta, na função, muita dedicação para ajudar construir soluções e encaminhar temas importantes para o estado”, afirmou, acrescentando que sempre houve diálogo com o governo federal.
“Isso tem que ser destacado para que possamos tomar providências adequadas às necessidades do povo gaúcho. E isso me deixa muito otimista, muito confiante nas soluções que temos pela frente”, completou.
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