A reunião de instalação do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (Coriff)comandado por Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene)realizada nesta terça-feira (10), teve como tema principal a integração entre instrumentos de financiamento e políticas públicas setoriais, como Nova Indústria Brasil e o Plano de Desenvolvimento Regional Nordeste (PRDNE).
O objetivo é que os recursos disponíveis em crédito para investimentos nos onze estados da área de atuação da Sudene sejam aplicados estrategicamente na promoção do desenvolvimento regional.
“É preciso integrar políticas e instrumentos de financiamento, pois estes ficam aquém do que deveria ser destinado ao Nordeste para quebrar a lógica de aprofundamento das desigualdades”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, na abertura do encontro.
Após o encontro, uma das medidas estabelecidas foi a criação de um grupo de trabalho para elaborar uma matriz de linhas de crédito para financiamento no Nordeste, a fim de identificar lacunas e sobreposições de financiamento e possibilidade de realização de operações de crédito. consórcios.
Também foi acordado sistematizar e consolidar dados sobre obras públicas e privadas prioritárias para os estados, além de analisar a aplicação de recursos em pesquisa e desenvolvimento para que sejam orientados às prioridades da região. O comitê também decidiu realizar ações em prol da Caatinga.
Painel
Este primeiro encontro contou com um painel da economista Tania Bacelar sobre o “Desenvolvimento do Nordeste e a importância das políticas integradas de financiamento. Na sua análise, Tania sublinhou que existe uma expectativa de crescimento económico que exigirá o protagonismo dos investimentos públicos.
“A discussão fundamental é sobre o que patrocinar na região. O Nordeste mudou e a agenda de investimentos se renovou e ficou mais complexa”, explicou.
O economista listou as potencialidades e oportunidades da nova agenda no Nordeste. Entre eles, a expansão da infraestrutura, a retomada da industrialização, a valorização das cadeias produtivas, o fomento da economia regenerativa, da economia criativa, do turismo. “Precisamos procurar convergências, resolver conflitos, evitar sobreposições”, sublinhou.
Políticas de Financiamento
Cada instituição presente apresentou políticas de financiamento voltadas ao desenvolvimento do Nordeste previstas para os anos de 2024 e 2025. A diretora Financeira e de Crédito Digital do BNDES, Maria Fernanda Coelho, por exemplo, destacou o aumento de 196% na aprovação de crédito na região no primeiro semestre do ano, representando R$ 7,7 bilhões.
“Neste momento temos, então, todo o processo de coordenação para pensar em investimentos, que são investimentos estruturantes para a região, para que possamos ter uma recuperação, mas de uma forma muito organizada, em parceria com essas instituições, instituições financeiras e o BNDES está cada vez mais presente na região Nordeste, para que possamos ter o desenvolvimento sustentável que tanto desejamos.”, disse.
Representando o Consórcio Nordeste, Pedro Lima, Subsecretário do Programa, falou sobre a importância das instituições financeiras terem como horizonte a redução das desigualdades regionais, ampliando os recursos destinados ao Nordeste.
“A reativação do Coriff é de extrema importância, como instância estratégica para debater entraves e articular estratégias conjuntas das instituições financeiras para aumentar a oferta de crédito no Nordeste. O Consórcio Nordeste, que hoje faz parte deste espaço, entende que a superação da desigualdade na região passa necessariamente pela superação da oferta desigual de crédito e investimento”, destacou.
Presença
Também estiveram presentes representantes do Banco do Nordeste (José Aldemir Freire, Diretor de Planejamento); Caixa Econômica Federal (Marcos Carvalho, superintendente); Banco do Brasil (Edilberto Passos, gerente geral); do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG (Rubens Brito, superintendente de Desenvolvimento de Negócios e Produtos); Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo – Bandes (gerente de Fundos e Produtos), e Financiadora de Estudos e Projetos – Finep (Márcio Stefanni, diretor Financeiro, de Crédito e de Captações).
Na última reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, realizada em agosto, houve mudança na formação do Coriff, com aumento no número de membros. Anteriormente eram associados BNDES, BNB, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Após a aprovação dos conselheiros, passaram a integrar o conselho o BDMG, o Bandes, o Banese, além do Consórcio de Governadores do Nordeste e da Financiadora de Estudos e Projetos.
O Comitê tem caráter consultivo, está vinculado ao Conselho Deliberativo da Sudene e está previsto no art. 10, §§ 1º e 2º, da Lei Complementar nº 125, de 3 de janeiro de 2007. O Regimento Interno do Coriff foi aprovado em outubro de 2008, passando por atualização no ano passado.
Entre suas finalidades estão promover a integração de ações de apoio financeiro a projetos de infraestrutura e serviços públicos e empreendimentos produtivos da região da Sudene, obtendo maior eficiência, eficácia e efetividade na aplicação de investimentos; e permitir um processo permanente de cooperação entre instituições financeiras.
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