O mercado europeu não tem conseguido absorver os stocks de carros elétricos à mesma velocidade dos modelos híbridos e de combustão. Segundo estudo da Indicata – empresa especializada em dados do setor automotivo – o tempo de espera em estoque de carros 100% elétricos é 52,5% maior do que um veículo a gasolina. Em comparação aos híbridos plug-in, o alcance para as concessionárias venderem os elétricos é 29,1% maior.
O relatório, de agosto de 2024, tem como base um dado importante para o setor, o MDS (sigla em inglês para “dias em estoque”). Com base nesse número, as montadoras planejam atender os mercados locais e tentar equilibrar a demanda por veículos novos com o segmento de usados. Esse equilíbrio é importante para impulsionar as vendas e manter o mercado aquecido, enquanto o desequilíbrio faz o consumidor repensar suas escolhas.
Estoques elevados de veículos elétricos tendem a reduzir o preço do carro (oferta maior que a demanda), o que inicialmente é um fator positivo para os consumidores, mas o que se observa na Europa é que o proprietário de um veículo elétrico enfrenta dificuldades em se desfazer do seu veículo e troque-o por um novo.
O cenário pode ser explicado porque os carros elétricos perdem valor mais rapidamente que seus concorrentes, principalmente porque ainda há resistência dos clientes em comprar veículos com baterias usadas. Segundo o estudo, apesar de corresponder a cerca de 12,6% das vendas na Europa, esta quota no mercado de usados e usados foi de 5,18% em julho.
“Há apenas 1 mês, a procura por BEVs (veículos eléctricos a bateria) usados parecia estar a aumentar, com a quota de mercado dos BEVs no mercado online de veículos usados B2C a melhorar de 4,01% em Janeiro para um máximo histórico em Junho. No entanto, o mercado em julho viu as vendas de BEV congelarem e até recuarem, com a sua quota a cair para 5,18%”, refere o relatório.
Aliados a esta insegurança entre os utilizadores, os stocks elevados também exerceram pressão descendente sobre o preço dos automóveis novos – esta queda de preços foi travada devido ao aumento das tarifas de importação de veículos eléctricos e híbridos chineses no mercado europeu – e o valor de mercado de um carro a bateria usado despenca. Outro fator que dificulta a revenda é a natureza tecnológica dos carros elétricos.
Além da bandeira da descarbonização, as montadoras apostam em inovações tecnológicas a cada novo lançamento. A comparação é como um modelo de celular, onde o próximo modelo terá melhor potência, velocidade de processamento e câmeras. A lógica aplicada é a mesma, o veículo mais antigo, além de ter bateria usada, está ultrapassado em termos de tecnologia.
Como mostra o Poder360monitorar os estoques de veículos híbridos e elétricos é uma questão da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). A este jornal digital, o presidente da entidade, Márcio Lima, declarou que o stock de automóveis chineses no Brasil se aproxima dos 80 mil, o que poderá levar a um cenário semelhante ao europeu.
No mercado brasileiro a tendência tende a ser ainda pior, pois além da desconfiança na compra de uma bateria usada, a infraestrutura de recarga desses veículos é mais uma preocupação dos consumidores.
São vários os casos de baterias que não atenderam às expectativas dos motoristas, pois os indicadores de autonomia podem ser afetados pelo uso do ar condicionado, pela umidade e pela inclinação da via, como mostra o Poder360 em agosto.
A este jornal digital, o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), José Maurício Andreta Júnior, declarou que ainda é cedo para avaliar o mercado de elétricos usados e usados no país. Até o momento, as negociações sobre veículos dependentes de bateria representam apenas 0,03% do segmento.
Apesar de não criar dificuldades no mercado interno do país, Andreta disse que o cenário europeu já é observado nos EUA. “Os clientes americanos reclamaram da desvalorização dos carros elétricos usados e estão voltando às concessionárias para comprar novamente carros a combustão. Porém, não temos volumes precisos e tempo de estoque nessas concessionárias e devemos considerar que cada mercado pode reagir de forma diferente”, afirmou.
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