As contas públicas são objeto de atenção constante de gestores públicos, economistas, jornalistas e investidores. Totalizam as despesas e receitas do principal agente da economia nacional: o governo federal.
O governo arrecada impostos, taxas e contribuições para custear a prestação de serviços à população. Também financia as suas atividades através da captação de recursos através da venda de títulos do governo. A contabilização dessas operações é feita mensalmente e totalizada em dois indicadores: o “resultado primário” e o “resultado nominal”.
O resultado primário indica o equilíbrio entre os valores arrecadados e os valores gastos. Quando há mais receitas arrecadadas do que gastas, há superávit primário. Quando há mais despesas do que receitas, há um défice primário.
O termo “primário” significa que o resultado não contabiliza outros valores, por exemplo, aqueles que o governo desembolsou com o pagamento de juros ou resgates de títulos emitidos da dívida pública federal, nem o que arrecadou com a venda de novos títulos no setor financeiro. mercado, dentro e fora do Brasil, com bancos, fundos de pensão, empresas e até pessoas físicas.
O indicador que realiza essa contabilização é o “resultado nominal”, que resumidamente é a diferença, em um determinado período, entre as receitas totais (arrecadação mais aplicações financeiras) e as despesas totais (gastos mais despesas com juros). Os resultados nominais acumulados são totalizados no estoque da dívida pública.
Trajetória sustentável
Segundo o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), economista Marco Antônio Cavalcanti, “a maioria dos países vê a geração de superávits primários como sendo o requisito necessário para que os governos possam realizar uma gestão sustentável”. trajetória da dívida pública de forma virtuosa”.
“O resultado primário é uma medida mais fácil de avaliar como o governo está montando sua política fiscal. Seja ela expansionista ou contracionista. Se o déficit eventualmente é causado pelo governo gastar muito, ou se o superávit é porque ele arrecada muito”, acrescenta o advogado e economista João Leme, analista de contas públicas da Tendências Consultoria.
Segundo ele, o resultado primário são informações muito sensíveis para os investidores. “Quando alguém decide comprar títulos de dívida pública, avaliar a possibilidade de abrir um negócio no Brasil ou expandir suas operações, precisa ter algum grau de certeza de que o país não corre risco de falência. Estão a analisar, de facto, se o governo tem capacidade, ou pelo menos está no caminho certo, para conseguir cobrir as suas despesas de uma forma mais estrutural.”
Como acompanhar os resultados
Para a economista Clara Brenk, professora da UFMG e coordenadora da área de política fiscal do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da USP, monitorar apenas o resultado primário é insuficiente. É preciso observar, no resultado nominal, o volume gasto com pagamento de juros. Ela lembra que o pagamento de juros também é um fator que impacta as contas públicas e a possibilidade de crescimento, mas não é captado pelo resultado primário.
“Para discutir a estabilidade da dívida pública temos que olhar o resultado nominal, que inclui juros. Não faz sentido fazer esforços fiscais sem baixar as taxas de juro e sem fazer crescer a economia. Não fará sentido ter um excedente primário se o PIB [produto interno bruto] está caindo e as taxas de juros estão subindo.”
O resultado primário é o indicador mais utilizado para avaliar a situação das contas públicas desde 1997 – três anos após o Plano Real. Segundo o economista Marco Antônio Cavalcanti, do Ipea, a preferência pelo indicador se deve ao fato de receitas e despesas estarem sob escrutínio do governo, que conta com instrumentos para cortar gastos ou aumentar a tributação.
As taxas de juros podem variar dependendo de fatores fora do controle do governo, como taxas de câmbio e taxas de juros de outros países. “O resultado nominal depende de uma taxa de juros que o governo não consegue controlar: pode tentar influenciar, mas depende de um estoque de dívida que já está dado.”
Últimos resultados
A Secretaria do Tesouro Nacional (Ministério da Fazenda) divulgou na última quinta-feira (5) o resultado das contas públicas do mês de julho: o saldo entre arrecadações e despesas do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) ficou negativo em R US$ 9,283 bilhões. Por causa do esforço fiscal, o défice foi 75,3% inferior ao valor do mesmo mês do ano passado.
O número negativo demonstra, porém, que o governo teve mais despesas – principalmente, com o pagamento de aposentadorias e pensões, com a remuneração dos servidores públicos e com despesas obrigatórias (saúde e educação) – do que conseguiu gerar receitas, com a arrecadação impostos de pessoas e empresas, obtendo dividendos de empresas estatais ou recursos de concessões públicas e outras fontes.
Em julho, o governo emitiu títulos da dívida pública federal no valor total de R$ 139,6 bilhões e pagou R$ 131,94 bilhões em resgate de títulos antigos, diferença de R$ 7,65 bilhões (emissão líquida). Segundo o Relatório Mensal da Dívida Pública Federal, o estoque da dívida atingiu R$ 7,1 trilhões naquele mês.
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