Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – As taxas do DI voltaram a cair nesta quinta-feira, especialmente entre os contratos a partir de janeiro de 2026, acompanhando a queda constante dos rendimentos do Tesouro após dados decepcionantes do mercado de trabalho privado dos EUA, enquanto as taxas de curtíssimo prazo permaneceram próximas dos níveis anteriores .
Os investidores continuaram a reduzir as apostas no aumento de 50 pontos-base da taxa básica Selic neste mês, aumentando as posições em alta de 25 pontos-base.
No final da tarde, a taxa DI para outubro de 2024 – uma das mais líquidas atualmente, refletindo as apostas para o Copom de setembro – estava em 10,524%, ante 10,528% do reajuste anterior.
A taxa DI para janeiro de 2025 foi de 10,92%, ante 10,94% do reajuste anterior, enquanto a taxa de janeiro de 2026 foi de 11,69%, ante 11,777%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 foi de 11,84%, ante 11,937%, e o contrato de janeiro de 2033 teve taxa de 11,81%, ante 11,912%.
Tal como no dia anterior, o principal impulsionador dos negócios desta quinta-feira foi o exterior, onde os rendimentos dos Tresauries voltaram a cair.
O principal gatilho para isso foi o relatório da ADP indicando que foram abertas 99 mil vagas de emprego no setor privado em agosto, o número mais baixo desde janeiro de 2021, em comparação com 111 mil em julho.
Economistas consultados pela Reuters previam 145 mil vagas de emprego, após 122 mil em julho, conforme divulgado anteriormente.
“Hoje continuamos monitorando o cenário externo. Vimos um fechamento considerável dos Treasuries (taxas), com dados muito fracos do mercado de trabalho nos EUA. Tivemos ontem o Jolts (relatório de emprego) e hoje o ADP, novamente bem abaixo das expectativas do mercado”, pontuou Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos.
“Como a nossa curva (de juros) também já estava com um prêmio considerável, hoje vemos uma correlação alta com o fechamento (da curva norte-americana)”, completou Sueishi, ao justificar a queda nas taxas DI.
A queda nas taxas futuras no Brasil ocorreu apesar de, pela manhã, o Tesouro apresentar dados fiscais ainda preocupantes. O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 9,283 bilhões de reais em julho, resultado pior que o saldo negativo de 8,8 bilhões de reais projetado por analistas em pesquisa da Reuters.
O risco fiscal, aliás, é o mais relevante para a estabilidade nos próximos três anos na visão das instituições financeiras, informou o Banco Central à tarde. Realizada de 29 de julho a 12 de agosto, a Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF) indicou que 41 das 100 instituições consultadas identificaram os riscos fiscais como os mais importantes. Na pesquisa anterior, de maio, eram 27 das 100 instituições.
Entre os DIs de curtíssimo prazo, as taxas apresentaram maior acomodação nesta quinta, mas ainda refletiram redução nas apostas de que o BC aumentará a Selic em 50 pontos-base neste mês. A Selic está atualmente em 10,50% ao ano.
Em evento à tarde, o diretor de Política Monetária do BC, Diogo Guillen, reforçou que a autarquia precisa conduzir a política monetária de forma que leve as expectativas de inflação de volta ao centro da meta de 3%, acrescentando que elas continuam sem ancoragem .
Questionado sobre as recentes indicações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que o início do aumento da taxa básica Selic seria “gradual”, Guillen disse ser normal que ocorra gradualismo no início dos ciclos. Ao mesmo tempo, destacou que a comunicação mais recente do BC indica o início gradual de um novo ciclo.
No mercado, uma das leituras das declarações de Campos Neto e Guillen é que a maior probabilidade é de alta de 25 pontos-base na Selic em setembro.
Perto do fechamento, a curva precificou uma probabilidade de 90% de um aumento de 25 pontos base e uma chance de 10% de um aumento de 50 pontos base. Na véspera os percentuais eram de 78% e 22%, respectivamente.
No exterior, as expectativas recaem agora com a divulgação do relatório “folha de pagamento” sobre o mercado de trabalho norte-americano na manhã desta sexta-feira. No final da tarde, os rendimentos continuaram a cair de forma constante.
Às 16h37, a referência global para decisões de investimento caía 4 pontos base, para 3,733%.
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