O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (4) que existe a possibilidade de revisão da bandeira vermelha 2 na conta de luz, o que corresponde a um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos e é o mais caro para os consumidores.
O patamar da bandeira, que vale nas contas de luz de setembro, poderá ser revisto para baixo depois que técnicos do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) identificarem erros na decisão que aumentou a cobrança, disse Silveira.
Segundo o ministro, o possível acionamento de termelétricas a gás não deve aumentar o preço da energia e foi aprovada a ordem de ampliação da possibilidade de utilização de termelétricas no país para abrir esse mecanismo à operadora, caso seja necessário.
O acionamento da bandeira 2 e a expansão das térmicas são as respostas do setor à seca extrema que atinge o Brasil e tanto reduzem a disponibilidade de água para geração de energia, quanto aumentam a demanda da população por ela.
“Posso afirmar que não há necessidade de nenhum pedido que possa aumentar o custo da energia neste momento”, disse Silveira.
O ministro acrescentou que a revisão da bandeira 2 “pode acontecer”, mas que é preciso equilibrar o custo da energia com a demanda extra que deverá ocorrer nos próximos meses.
“Esse equilíbrio é fundamental, porque ninguém tem certeza de quanto tempo precisaremos para embarcar nossas térmicas”, disse o ministro. “O que você não pode fazer é falta de energia.”
Silveira destacou que o nível dos reservatórios brasileiros é mais que o dobro do registrado em 2021, quando o país passou por uma grave crise hídrica e elétrica e que, portanto, este ano, mesmo com a seca extrema, o Brasil não deve passar por tal situação .
Ele também reconheceu a necessidade de buscar novas formas de financiamento da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético, que compõe a conta de luz), para reduzir sua carga sobre o consumidor.
Nesta terça-feira (3), o Cmse (Comitê de Acompanhamento do Setor Energético), na decisão que ampliou a possibilidade de uso de térmicas, destacou o “cenário hidrográfico desfavorável”, com chuvas abaixo da média no Norte e Centro-Oeste, além a “temperaturas acima da média histórica em todo o Brasil”.
Assim, espera-se que os reservatórios das hidrelétricas sejam inferiores ao necessário para atender a demanda, que, por sua vez, aumentará devido ao calor.
“O Cmse monitora permanentemente as condições de fornecimento e atendimento ao mercado de energia elétrica no Brasil e reforça que continua adotando medidas para garantir o fornecimento de energia elétrica”, destacou o governo federal em nota.
No dia 30, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou que a conta de luz de setembro terá bandeira vermelha 2 aplicada. Esta é a primeira ativação da bandeira vermelha nível 2 desde agosto de 2021. O motivo da medida, segundo a agência, são esperadas chuvas abaixo da média em setembro, resultando em afluência esperada nos reservatórios hidrelétricos do país (cerca de 50% abaixo da média). ).
*Informações da Folhapress
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