A sinistralidade, indicador chave para o desempenho operacional das operadoras médico-hospitalares, voltou aos níveis pré-pandemia, período em que o setor apresentou bons resultados em termos de rentabilidade e retorno financeiro. A avaliação é de Washington Alves, gerente de Qualificação e Estudos de Mercado da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que divulgou nesta terça-feira, 3, as informações financeiras das operadoras de planos de saúde e administradoras de benefícios dos dois primeiros trimestres. 2024.
“A sinistralidade das grandes operadoras está voltando aos níveis pré-pandemia, demonstrando a melhora do setor como um todo”, aponta Alves, lembrando que o resultado financeiro apresentado pelo setor no período foi definitivamente o destaque.
O setor saúde teve lucro líquido de R$ 5,6 bilhões no primeiro semestre de 2024, aumento de 180% em relação aos R$ 2 bilhões registrados no mesmo período de 2023. No segundo trimestre do ano, o lucro líquido foi de R$ 2,2 bilhão, aumento em relação aos R$ 1,1 bilhão do segundo trimestre de 2023 e ao prejuízo registrado de R$ 1,5 bilhão no mesmo período de 2022.
Alves destaca que, embora a melhora seja motivo de comemoração para o setor, o desempenho financeiro não é homogêneo, sendo impulsionado principalmente pelos grandes players. Porém, ele observa que, mesmo desconsiderando os resultados das grandes e pequenas empresas, ainda houve melhora.
Para o Transmissão (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), afirmou que não é preocupação da ANS que esses dados sejam puxados principalmente por algumas operadoras específicas, ressaltando que não há necessariamente influência na sustentabilidade do setor no longo prazo.
No segundo trimestre, houve melhora em todas as operadoras, exceto nas operadoras de autogestão, aquelas que não vendem seus planos no mercado aberto, mas para grupos específicos.
“Essa situação merece atenção especial, pois não estamos analisando um caso isolado, mas sim uma tendência preocupante. A discussão sobre o futuro da autogestão se intensifica, pois a queda observada não se restringe a uma única operadora, mas é um fenômeno comum a vários deles este ano, indicando resultados abaixo do esperado”, avalia Alves.
Para o terceiro trimestre, disse que há expectativa de queda no resultado financeiro, sem especificar a magnitude dessa queda. Isto se deve à sazonalidade do segundo e terceiro trimestres, períodos mais frios e que geralmente apresentam aumento de doenças respiratórias, impactando negativamente os resultados financeiros das operadoras em relação ao primeiro e último trimestres. Com a chegada do verão, a ANS espera que as empresas voltem aos bons resultados no quarto trimestre.
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