O crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre é resultado da continuação do forte dinamismo do mercado de trabalho, afirmou a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) em comunicado. “Um dos reflexos desse dinamismo no mercado de trabalho tem sido o aumento dos salários, com crescimento real de 5,8% no rendimento médio do trabalho em junho de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior”, diz a nota.
Segundo a Fiesp, além do forte crescimento da renda vinculada ao trabalho, a renda familiar também cresceu devido às transferências governamentais via benefícios assistenciais e previdenciários; o aumento real do salário mínimo e o pagamento de precatórios.
“Vale destacar que o rendimento do 2º trimestre também foi impulsionado pela antecipação do pagamento do 13º salário dos aposentados, pensionistas e beneficiários do auxílio previdenciário do INSS. Nesse cenário, estimamos que a massa salarial ampliada tenha crescido cerca de 11% em termos reais no 2.º trimestre de 2024 face ao período homólogo”.
Quanto ao desempenho da indústria de transformação, a Fiesp entende que este setor tem sido favorecido pelo bom desempenho da categoria de bens de capital e bens de consumo. A primeira categoria beneficiou da melhoria das condições de crédito e da recuperação da confiança empresarial.
No primeiro semestre, o expressivo crescimento na produção de veículos pesados, como ônibus e caminhões, contribuiu para esse desempenho. A categoria de bens de consumo tem sido impulsionada pela expansão da renda, com destaque para o crescimento na produção de máquinas, eletrodomésticos e materiais elétricos da chamada “linha branca”.
Do ponto de vista estrutural, o setor continua enfrentando desafios, segundo a Fiesp. Embora o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) tenha atingido nível recorde, o indicador está sendo medido num contexto de deterioração e redução da capacidade instalada.
Nesse cenário, a partir da agregação dos dados posteriores a 1996, a Fiesp identificou uma longa estagnação do estoque de capital desde 2015. Esse processo é reflexo, entre outros fatores, do ambiente econômico adverso, que tem impactado a capacidade de investimento da indústria de transformação .
“Esperamos que a atividade diminua no segundo semestre, devido ao menor impulso fiscal e à manutenção da política monetária restritiva. Face à informação disponível até à data e, sobretudo, devido às surpresas positivas na atividade no 1.º semestre , revisamos a projeção de crescimento da economia brasileira de 2,2% para 2,7% em 2024. Já para o PIB do estado de São Paulo, revisamos a projeção de aumento de 2,4% para 2,5% neste ano”, diz o comunicado .
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