A dívida dos países ricos compromete o crescimento económico das nações menos desenvolvidas, ao reduzir o investimento e dificultar o combate às desigualdades. A avaliação é da presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff. Ela falou nesta sexta-feira (30) na 9ª conferência anual da instituição, na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Segundo Dilma, grande parte do capital disponível no mercado financeiro é emprestada às economias avançadas para emissão de títulos de dívida pública. Isto, segundo o presidente do NDB, deixa os países do Sul Global a lutar para reduzir a pobreza, combater a desigualdade, investir em infra-estruturas e expandir o acesso a direitos como educação, saúde e habitação.
“De acordo com estimativas do Banco Mundial, as dez economias desenvolvidas do planeta têm uma dívida combinada de cerca de 87 biliões de dólares. O financiamento de dívidas públicas tão elevadas consome uma parte significativa da enorme liquidez disponível nos mercados internacionais. Essa liquidez poderia, de outra forma, ser canalizada para financiar a dívida dos países em desenvolvimento e garantir os investimentos necessários ao desenvolvimento sustentado”, destacou Dilma.
Com a predominância dos fluxos financeiros para os países mais ricos, as economias em desenvolvimento e subdesenvolvidas, afirmou o presidente do NBD, têm mais dificuldade em obter recursos no mercado internacional e em rolar (renovar) dívidas. Isto porque a menor disponibilidade de recursos se reflecte em taxas de juro mais elevadas para os países não ricos.
“Para os países em desenvolvimento, a dívida torna-se um fardo excessivo. Como sabemos, o espaço fiscal é essencial para garantir que os governos possam simultaneamente investir em ações de desenvolvimento, combater as alterações climáticas e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Porém, a dívida dos países em desenvolvimento está crescendo muito e muito rapidamente”, destacou Dilma.
Sugestões
O presidente do NBD apresentou duas sugestões para aumentar os recursos disponíveis para economias não ricas. A primeira é canalizar a liquidez internacional para os países em desenvolvimento e reduzir o peso das elevadas taxas de juro. A segunda é o desenvolvimento de alternativas, como o financiamento em moedas locais desvinculadas do dólar, para expandir o espaço fiscal para investimento.
“Novas soluções financeiras são necessárias para os mercados emergentes e os países em desenvolvimento. A diversificação das fontes de financiamento e a utilização de um cabaz mais amplo de moedas melhoram a resiliência económica contra choques associados às decisões de política monetária. Isto pode fortalecer a situação fiscal, possibilitando o financiamento de logística, infraestrutura social e digital, habitação, água e saneamento, educação e saúde”, acrescentou Dilma. Ela prometeu aumentar o volume de crédito em moedas locais para os países mutuários até 30% do total.
Em seu discurso, Dilma afirmou que o NBD está montando plataformas voltadas ao desenvolvimento sustentável em moeda local. Entre as prioridades da instituição, disse o presidente do banco, está a oferta de financiamento verde (crédito para projetos ambientais e de desenvolvimento sustentável) aos países membros.
BRICS
Originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics conquistou no início do ano a adesão de cinco países: Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã, que formam o Brics+. Fundado em 2014 e em operação desde 2016, o NDB financia obras de infraestrutura e projetos de sustentabilidade em países emergentes. A instituição concorre com outros bancos multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Em 2021, os Emirados Árabes Unidos, Egito e Bangladesh aderiram ao NDB. Atualmente, a instituição trabalha para que mais países adiram.
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