O Ministério da Fazenda trabalhará para que a sabatina de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central (BC) ocorra antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 17 e 18 de setembro.
Galípolo, que atualmente chefia a diretoria de Política Monetária da instituição, foi nomeado nesta quarta-feira para suceder Roberto Campos Neto, que deixará a presidência do BC no final deste ano.
Para aliados do ministro Fernando Haddad, a nomeação de Galípolo foi o passo mais relevante para reduzir as incertezas relacionadas à condução da política monetária a partir de 2025, mas a confirmação do nome perante o Copom também é considerada importante, embora não essencial.
Após anunciar o nome de Galípolo como escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência do BC, o ministro disse que o governo “respeitaria” a institucionalidade do Senado, responsável por analisar as indicações do Executivo.
Haddad, porém, disse que ligaria para o presidente da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para discutir o assunto nesta quarta.
Rito
A audiência acontece na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), previu que a análise de Galípolo deverá esperar até depois do primeiro turno das eleições municipais, no dia 6 de outubro. Após a audiência, o nome é analisado pela comissão e pelo plenário.
Apesar desta afirmação, membros do Tesouro ainda acreditam que será possível convencê-lo a avançar com o rito. Um esforço concentrado de votação está previsto para a próxima semana no Senado, que vive uma espécie de “recesso branco” durante a campanha para as eleições municipais.
O próprio Vanderlan não vê dificuldades em aprovar o Galípolo na CAE. Ele passou pela sabatina com tranquilidade quando foi indicado para o cargo de diretor de Política Monetária do BC.
Na autarquia, também acreditam que o processo de análise do nome do novo presidente do BC decorrerá sem problemas. O tradicional beijo de mão no Congresso, aliás, deveria ocorrer em versão “bolsista”, concentrada em alguns senadores da oposição.
Aumento da taxa de juros no radar
Se confirmado no cargo antes do próximo Copom, Galípolo poderá aumentar seu papel no colegiado em um momento decisivo para a trajetória da taxa Selic. Desde junho, a taxa está estagnada em 10,50%, após um ciclo de corte de 3,25 pontos percentuais.
O Copom, porém, já disse que não hesitará em aumentar os juros se for necessário para convergir a inflação para a meta de 3,0%, e Galípolo é um dos diretores com discurso mais duro hoje.
Parte do mercado financeiro já prevê um ciclo de aumento dos juros a partir da reunião de setembro devido às expectativas de inflação distantes da meta e outros perigos ocultos, como o comportamento da taxa de câmbio e dos preços dos serviços.
Veja também
POSIÇÃO
Instituições financeiras elogiam indicação de Galípolo à presidência do BC
Alterações ao radar
Congresso convoca sessão conjunta com acordo sobre emendas ao radar
empréstimo itaú pessoal
divida banco pan
refinanciamento de empréstimo consignado bradesco
taxas de juros inss
empréstimo de valor baixo
simulador de empréstimo consignado banco do brasil
quitar emprestimo fgts banco pan