Numa decisão significativa, o Tribunal Penal Federal da Suíça condenou dois executivos pelo seu papel na apropriação indevida de mais de 1,8 mil milhões de dólares do fundo de investimento estatal da Malásia, 1MDB. Patrick Mahony, um cidadão suíço-britânico, e Tarek Obaid, um suíço-saudita, foram condenados a reembolsar mais de 1,75 mil milhões de dólares ao fundo, que tem estado no centro de um escândalo internacional de cleptocracia.
O tribunal concluiu que os dois homens enganaram o conselho do 1MDB ao alegar falsamente que a sua empresa, a PetroSaudi, era apoiada pelo governo saudita. Esta informação enganosa levou o conselho a celebrar uma joint venture com a PetroSaudi em 2009, o que abriu caminho para atividades fraudulentas. O tribunal destacou que essas declarações eram sabidamente falsas.
De acordo com a acusação, Mahony e Obaid, juntamente com o financista malaio fugitivo Jho Low, orquestraram um esquema que inicialmente extraiu mil milhões de dólares do 1MDB para comprar uma participação no seu empreendimento. Mais tarde, retiraram mais 830 milhões de dólares do fundo entre 2010 e 2011 através de um acordo de empréstimo islâmico relacionado com a sua parceria.
Os fraudadores usaram os fundos roubados para financiar estilos de vida luxuosos, adquirindo imóveis na Suíça e em Londres, comprando jóias, investindo em capital privado e desenvolvendo o negócio PetroSaudi, que lhes proporcionou um rendimento substancial.
O tribunal proferiu sentenças de sete anos para Obaid e de seis anos para Mahony, com a disparidade nas sentenças refletindo o maior enriquecimento pessoal de Obaid. Ambos os homens foram considerados culpados de fraude, má gestão criminosa e lavagem de dinheiro. O advogado de Obaid, Daniel Zappelli, interpôs imediatamente recurso, mantendo a inocência do seu cliente e alegando que o tribunal ignorou vários pontos factuais e jurídicos apresentados durante o julgamento. A representação legal de Mahony não fez nenhum comentário público.
Este caso faz parte de uma investigação mais ampla sobre o escândalo 1MDB, que implicou várias pessoas, incluindo o ex-primeiro-ministro da Malásia Najib Razak e funcionários da Goldman Sachs (NYSE:). Estimativas de investigadores malaios e americanos sugerem que um total de 4,5 mil milhões de dólares foram desviados do fundo desde a sua criação em 2009.
O 1MDB, um antigo fundo soberano que está a trabalhar activamente para recuperar os seus activos, manifestou a sua aprovação ao acórdão. Um porta-voz do fundo disse que o veredicto é um passo em direção à justiça para o povo malaio que foi fraudado através do esquema.
A Reuters contribuiu para este artigo.
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