O plano inclui contribuições mensais do governo durante os próximos 30 anos; por outro lado, isenta aposentados com doenças graves
O governo de Mato Grosso do Sul enviou à Assembleia Legislativa um plano de recomposição das pensões estaduais que inclui contribuições mensais extraordinárias nos próximos 30 anos, que, somadas, ultrapassarão R$ 24,1 bilhões.
Além do plano que contempla essas contribuições extraordinárias, a gestão de Eduardo Riedel (PSDB) atende parte do clamor dos aposentados e isenta quem tem doenças incapacitantes do desconto de 14% na previdência.
Há dois projetos de lei diferentes que tramitam na Assembleia Legislativa. O que libera aposentados e pensionistas que ganham até três salários mínimos e têm doenças incapacitantes do desconto de 14% na folha de pagamento poderá entrar em vigor assim que a lei for aprovada pelos deputados e sancionada por Eduardo Riedel.
As contribuições extraordinárias ao Regime Previdenciário (RPPS) entrarão em vigor, após aprovação e sanção, a partir de 2025. A ideia do governo de Mato Grosso do Sul é acabar ou mitigar, no médio e longo prazo , o défice atuarial das pensões do Estado.
Conforme mencionado no texto da lei enviada à Assembleia Legislativa, o déficit atuarial deste ano a ser sanado é de mais de R$ 11,6 bilhões (R$ 11.632.652.550,70).
Os números foram destacados no relatório de avaliação atuarial de 2024 e divulgados em primeira mão pelo Correio Estadual este ano.
O plano prevê contribuições mensais cujos valores aumentam gradualmente, ano a ano, até 2028. A partir desse ano e até 2065 (quando termina o plano de recuperação de pensões), as contribuições mensais cessam.
O projeto de lei enviado pelo governador Eduardo Riedel prevê ainda a colaboração de outros poderes com independência orçamentária, como o Legislativo, o Judiciário, o Tribunal de Contas, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul e a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul .
Esses órgãos, bem como as fundações estaduais, deverão contribuir mensalmente com um percentual de 28% sobre o somatório dos subsídios e remunerações dos seus segurados de RPPS ativos.
A proposta do governo prevê ainda multa de 2% e juros de mora de 1% ao mês em caso de atraso no pagamento das parcelas. Os valores deverão ser recolhidos diretamente à Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul (Ageprev).
No próximo ano, por exemplo, a administração de Eduardo Riedel deverá realizar aportes adicionais mensais de R$ 14 milhões, totalizando, após 12 meses, um aporte complementar de R$ 168,1 milhões.
Em 2025, as contribuições mensais passarão para R$ 21,79 milhões, com o objetivo de contribuir anualmente com R$ 261,49 milhões.
Em 2027, as parcelas aumentarão para R$ 33,52 milhões e, em 12 meses, somarão
R$ 402,3 milhões.
Entre 2028 e 2065, as contribuições mensais serão de R$ 52,46 milhões, totalizando, ao final de cada ano, R$ 629,6 milhões. Todo esse plano visa injetar R$ 24,1 bilhões no RPPS.
Isenção
Já os aposentados com doenças incapacitantes que não precisarão mais contribuir com 14% para a seguridade social e que ganham até três salários mínimos, estão incluídos no mesmo grupo dos trabalhadores isentos de Imposto de Renda: pessoas com doenças ocupacionais, tuberculose ativa, transtornos mentais doença, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia irreversível e incapacitante, doença cardíaca grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estágios avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, com base na conclusão de medicina especializada, ainda que a doença tenha sido contraída após a aposentadoria ou aposentadoria.
Quem aderiu ao regime de previdência complementar contribuirá proporcionalmente com o valor que ultrapassar três salários mínimos até o teto do regime geral de previdência, atualmente em R$ 7.786,02.
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