Em mensagem ao Banco Central, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou, nesta segunda-feira (26), que a inflação não pode ser controlada simplesmente aumentando os juros e restringindo o crédito. Segundo ele, existem outras formas de controlar os aumentos de preços, como ampliar a produção.
“O Banco Central precisa aprender que, para combater a inflação, não existe apenas um caminho, que é o caminho de restringir o crédito e aumentar os juros. A inflação também é controlada com a oferta, com mais produção, mais capacidade de compra da classe trabalhadora do país. Porque há espaço para isso. Vimos nos 1º e 2º governos Lula que controlamos a inflação com mais produção”, afirmou Marinho, em evento na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.
Segundo ele, o setor produtivo do país ainda não atingiu a plena capacidade instalada. “Há espaço para crescimento da produção. E, se houver 100% de ocupação, o que [o setor produtivo] planejar novos investimentos. É isso que pode combater a inflação sem ter que recorrer ao aumento das taxas de juro ou à restrição do crédito.”
Trabalho
O ministro do Trabalho afirmou ainda que os dados de julho do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que serão divulgados esta semana, trarão resultados positivos na geração de empregos.
“Nos primeiros sete meses deste ano tem um número superior aos 12 meses do ano passado. Vem bem, no desenvolvimento da indústria. O emprego gerado na indústria nos primeiros sete meses é maior que o emprego na indústria em todo o ano do ano passado”, disse o ministro, no Rio de Janeiro.
Em relação ao Rio Grande do Sul, em julho houve retomada da geração de empregos, após dados negativos de maio e junho, resultado das enchentes que atingiram o estado no primeiro semestre deste ano.
Compromisso fiscal
O ministro afirmou ainda que o Ministério não tem orçamento para realizar algumas atividades por causa do “déficit fiscal zero”. “Achei que tínhamos que assumir zero compromissos fiscais, sim, mas não em 12 meses. Pensei que deveríamos ter compromisso fiscal zero durante dez anos, oito anos, e cobrar-nos, todos os anos, a responsabilidade de reduzir o défice fiscal. Mas o contrato está cumprido e estamos a alcançar um défice fiscal zero num ano. Mas vai faltar orçamento para muitas áreas”, destacou.
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