A sinalização de iminente corte nos juros nos Estados Unidos, dada pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, também teve eco nas taxas de Depósitos Interbancários (DI), que acompanharam o movimento da curva americana e caíram cerca de 10 pontos base, mas continuam apontando expectativas de aumento da Selic em setembro.
Num discurso no simpósio económico de Jackson Hole, nos Estados Unidos, Powell disse que “chegou a hora” de a Fed ajustar a política monetária – ou seja, de reduzir as taxas de juro.
O discurso foi suficiente para que o mercado voltasse a aumentar a sua aposta numa redução de 50 pontos base na taxa dos Fed Funds no próximo mês, apesar de Powell ter alertado que o momento e o ritmo dos cortes dependerão dos indicadores económicos e do balanço. dos riscos de inflação.
O cenário mais provável, porém, continua sendo uma queda de 25 pontos base, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
As taxas dos Treasuries caíram, principalmente nos prazos mais curtos, e arrastaram consigo os juros dos contratos de DI, que também haviam subido ontem por influência do mercado americano.
A queda das taxas brasileiras, porém, não foi forte o suficiente para apagar da curva a expectativa de alta da Selic em setembro, que vem se consolidando gradativamente como cenário base do mercado após o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, enfatiza em diversas declarações recentes que a taxa básica de juros poderá subir se o Copom julgar necessário.
Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, destaca que a resiliência da atividade econômica e da inflação no Brasil também contribuem para manter a alta da taxa Selic no radar dos investidores, bem como a dúvida em torno da trajetória da dívida pública, dado o crescimento contínuo. dos gastos obrigatórios do governo e a compressão do espaço disponível para controlar os gastos discricionários.
“Parece mais provável que o Banco Central tenha que começar a aumentar os juros este ano. A questão é se os dados confirmarão esse cenário até setembro”, disse o economista. Ele estima que a Selic fique em 10,5% no próximo mês, mas a projeção tem viés de alta e está em revisão.
Nem todo o mercado, porém, está convencido de que o aumento da alíquota básica será inevitável. “Não acreditamos que haverá um aumento nas taxas de juros este ano”, disse Daniel Miraglia, economista-chefe do Grupo Integral. “Grande parte do movimento de precificação de juros mais altos se deveu à alta do câmbio, do dólar, e isso se deveu muito menos aos fatores brasileiros e muito mais ao iene e ao carry trade”, avaliou.
“Como o banco central japonês disse que não vai mais aumentar os juros, o segundo semestre tende a ter um comportamento muito mais benéfico. Grande parte do carry trade foi eliminado”, acrescentou.
Miraglia também acredita que, a partir do momento em que o Federal Reserve efetivamente reduzir a taxa de juros americana, os ativos de risco serão beneficiados por um fluxo atrelado a essa decisão, aproximando o dólar dos R$ 5 até o final deste ano.
“Nesse cenário, acreditamos que a Selic será mantida” em setembro, com corte de 0,25 ponto em janeiro de 2025, afirmou.
A taxa do contrato DI para janeiro de 2026 fechou em 11,465%, ante 11,621% no reajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 diminuiu para 11,450% de 11,629%, e a taxa para janeiro de 2029 diminuiu para 11,550% de 11,703%. Durante a semana, porém, a curva inclinou-se, com as taxas curtas acumulando queda e as longas, leve alta.
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