A tributação das grandes fortunas, que tem sido defendida pelo governo brasileiro, é um dos temas que devem constar da declaração final a ser aprovada pelos representantes da sociedade civil dos grupos de engajamento que compõem o chamado G20 Social. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, o aprofundamento do debate poderia até fazer surgir uma proposta melhorada.
“É um assunto que já está presente no debate da sociedade civil organizada e em grupos de engajamento. É certamente uma das propostas que estará no documento final, fortalecendo esta posição do governo brasileiro ou mesmo melhorando-a, agregando outras variáveis até à sua operacionalização que talvez ainda não tenham sido vistas. O que é muito significativo neste debate é notar que cerca de 300 pessoas no mundo detêm a quantidade de riqueza que poderia alimentar mais de 350 milhões de pessoas famintas em todo o planeta. mais conviver com essa concentração de renda e com o aprofundamento da desigualdade e da fome”, afirmou.
A discussão do tema é uma das prioridades da presidência brasileira do G20, assumida em dezembro do ano passado. É a primeira vez que o Brasil preside o G20 desde a implementação do formato atual, estabelecido em 2008, que reúne as 19 maiores economias do mundo, bem como a União Europeia e, mais recentemente, a União Africana. Em novembro, o Rio de Janeiro sediará a Cúpula do G20 e a presidência será transferida para a África do Sul.
No mês passado, o Finance Track, um dos grupos de discussão do G20, aprovou a declaração final com menções à discussão da tributação dos super-ricos. O Brasil defende que os países coordenem a adoção de um imposto mínimo para os super-ricos.
No entanto, há resistência. A Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, por exemplo, disse que os indivíduos com rendimentos elevados deveriam pagar uma quantia justa, mas que não vê necessidade de um pacto global, deixando a cargo de cada governo lidar com a questão internamente. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera que, sem coordenação global, os países acabam se envolvendo numa guerra fiscal.
O ministro Márcio Macêdo atua como coordenador do G20 Social, grupo com temática paralela e composto por representantes de organizações civis, trabalhadores, cientistas, empresários, mulheres e jovens. Segundo ele, a tributação dos super-ricos tem sido abordada sob diversos ângulos. Ele cita o exemplo dos debates no Y20 (jovens). “Como a tributação das fortunas pode contribuir para o financiamento de políticas públicas para a juventude?”, questiona.
Trilha social
Uma das inovações da presidência brasileira do G20 foi criar um processo para que a sociedade civil não apenas se reunisse paralelamente, mas fizesse parte da construção de definições. O ponto culminante desta agenda será a Cimeira Social do G20, que terá lugar entre os dias 14 e 16 de Novembro no Rio de Janeiro, antecedendo a Cimeira do G20. Na ocasião, o documento final do G20 Social será apresentado e entregue aos governos de todas as nações do grupo.
Segundo Márcio Macêdo, a inovação se alinha às premissas democráticas do governo federal. “Vivemos recentemente um momento muito difícil no país. Durante os quatro anos do governo anterior, assistimos a um cerceamento da democracia e dos canais de participação e a um ataque às instituições. Portanto, o G20 Social é hoje uma forma de fortalecer a democracia direta, proposta para este Brasil que saiu das urnas Vemos a necessidade de que as pessoas possam participar da vida do país e possam contribuir para os rumos do país, e no G20 social ainda mais do que isso: contribuir para o rumo do país. nova governança global”, disse ele.
O ministro citou o papel das organizações da sociedade civil na construção das políticas sociais. Ele mencionou o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), criado em 1993 no processo de mobilização para o combate à fome liderado pelo sociólogo Herbert de Souza, conhecido como Betinho. Segundo Macêdo, no Consea foram desenvolvidos conceitos que nortearam programas como Cisterna para Todos, Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida. Defendeu também que as sociedades civis de todos os países sejam chamadas a discutir a reforma das organizações globais.
“A governança que rege o mundo hoje vem do resultado da Segunda Guerra Mundial. Desde então, ocorreram mudanças significativas. Países que eram muito importantes geopoliticamente já não o são. Outros ganharam importância. Os temas deixaram de ser relevantes e outros tornaram-se assuntos urgentes. [Organização das Nações Unidas] Aqueles que deveriam trabalhar pela paz são os países que travam guerras. É preciso discutir tudo isso.”
Ano 20
As declarações do ministro ocorreram durante a Cúpula do Y20, que reúne jovens dos países membros do G20. As atividades acontecem durante toda a semana. Nesta sexta-feira (16), deverá ser apresentada uma declaração final, que será resultado do consenso das 25 delegações participantes (nações do G20 e também países convidados). As discussões dos jovens envolvem o combate à desigualdade e à fome, à transição energética e à reforma da governação global, e também ao empreendedorismo e ao mercado de trabalho; e inclusão e diversidade.
Marcos Barão, que preside o Conselho Nacional da Juventude do Brasil (Conjuve) e também o Y20, explica que, em cada delegação, há cinco jovens líderes como delegados. Para cada um dos cinco temas, serão listadas até 15 propostas na declaração final. Além disso, poderão ser incluídas mais 10 propostas consideradas transversais. “A reforma do sistema de governação global tem sido um tema muito importante. É uma reivindicação central. A juventude quer uma presença maior do ‘sul global’ nos espaços de tomada de decisão”, afirma, citando também a intensidade do debate sobre muda o clima.
Barão lembra que o Y20 surgiu em 2010, antes de outros grupos de engajamento como o C20 (organizações civis) e o T20 (think tanks). “Isto reforça a posição dos jovens que procuram constantemente ocupar espaços de decisão. O que faremos com esta geração, com os seus sonhos e com as suas vidas, definirá o presente e o futuro comum de todas as pessoas”, afirmou.
Os documentos aprovados por cada um dos grupos de envolvimento influenciarão as discussões da declaração final do G20 Social. Na próxima terça-feira (20), os debates continuam no Rio de Janeiro. Cerca de duas mil pessoas já se inscreveram para participar na reunião preparatória da Cimeira Social do G20.
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