O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), propôs oito medidas compensatórias para substituir a perda de R$ 25 bilhões aos cofres da União neste ano com a prorrogação da desoneração da folha de pagamento para os 17 setores e municípios .
O senador não detalhou, porém, quanto cada proposta vai gerar de receita. O relatório foi divulgado recentemente e pode ser votado nesta quarta-feira (14), no plenário da Câmara.
Veja abaixo cada medida proposta:
Atualização de ativos no Imposto de Renda
O programa proposto por Jaques Wagner permite que pessoas físicas e jurídicas atualizem seus ativos de Imposto de Renda com valores atuais com encargos tributários inferiores ao esperado hoje.
Pelas regras atuais, as pessoas não podem atualizar anualmente o seu patrimônio imobiliário na declaração do Imposto de Renda. A atualização ocorre quando o imóvel é vendido. Caso esses bens aumentem de valor, o contribuinte poderá pagar imposto de 15% a 22,5% sobre a valorização do imóvel.
O programa estabelece que pessoas físicas paguem alíquota de 4% de Imposto de Renda caso optem por atualizar seus imóveis e que pessoas jurídicas paguem 6% de IR e 4% de CSLL.
Repatriação de bens detidos no estrangeiro
Os interessados no programa de repatriação terão prazo de 90 dias para aderir a partir da data de publicação da lei de isenção.
Essa nova janela para regularização de recursos mantidos no exterior no Brasil seguirá o modelo do primeiro programa, realizado em 2016. A alíquota, segundo as regras de 2016, será de 15% de Imposto de Renda sobre os valores declarados.
Aumento na arrecadação de Juros sobre Capital Próprio (JCP)
O senador incluiu dispositivo que aumenta a arrecadação de Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%. Essa nova alíquota será de dezenove e, portanto, não deverá ser aplicada este ano, segundo o relator da proposta, Jaques Wagner.
Esse foi o ponto mais polêmico do projeto e incluído em última hora. Pouco antes de entrar no plenário desta quarta-feira, Wagner argumentou que o Tesouro “é sempre conservador”, indicando que a equipa económica preferiu não confiar exclusivamente na palavra do Senado de que todas as outras medidas atingiriam o montante necessário para equalizar o défice de desagravamento fiscal.
Wagner reconheceu que “haverá reclamações” dos parlamentares com esse aparelho e que queria “ver como anda (o projeto)” com esse novo aparelho.
O líder do governo disse que o aumento da taxa JCP é uma “garantia” caso as restantes medidas não sejam suficientes para compensar a dispensa de isenção.
Renegociação de multas aplicadas por agências reguladoras
O programa, denominado “Desenrola Agências Reguladoras” no relatório, permite a renegociação de multas aplicadas pelas agências reguladoras e não pagas pelos punidos.
O texto cria uma Central de Cobrança e Liquidação de Dívidas Não Fiscais Federais, que será responsável por fazer acordos para resolver conflitos e cobrar dívidas que possam ser classificadas como dívida ativa.
Este Centro também terá a função de “praticar atos destinados a tentar receber ou negociar dívidas de natureza não tributária”, segundo o texto proposto por Wagner.
O Poder Executivo precisará indicar, no prazo de 90 dias, o “responsável pelos custos de desenvolvimento, disponibilização, manutenção, atualização e gestão administrativa de sistema unificado de constituição, gestão e cobrança de créditos não tributários na fase administrativa dos órgãos e fundações públicas federais previstos no § 3º do artigo 8º do Decreto nº 9.194, de 7 de novembro de 2017”.
O texto diz ainda que a Advocacia-Geral da União poderá propor aos devedores operação de cobrança de dívida ativa de órgãos e fundações públicas federais, “quando houver interesse regulatório relevante previamente reconhecido por ato da Procuradoria-Geral da União” .
No caso das agências reguladoras, a manifestação dos diretores será feita em até 180 dias, após provocação da Procuradoria-Geral da República.
Penteado fino pelo INSS e programas sociais
O projeto prevê que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) poderá adotar medidas para conter perdas no pagamento de benefícios decorrentes de fraudes e irregularidades.
O texto também estabelece regras para adesão e regularização do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que registrou aumento significativo de concessões neste ano.
O governo já previu uma economia de R$ 9,05 bilhões no orçamento deste ano por meio do grupo de trabalho do INSS, criado para otimizar os custos da Previdência Social.
Como mostrou o Broadcast, apenas R$ 1,2 bilhão foi efetivamente economizado até maio. O valor total previsto foi incluído no cálculo que, na prática, ajudou a conter o aumento das despesas previdenciárias na publicação do 3º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.
Uma das frentes do GT prevê justamente a contenção de fraudes previdenciárias e a investigação de irregularidades nos benefícios.
Utilização de depósitos judiciais e extrajudiciais
O texto também prevê que a Caixa Econômica Federal deposite diretamente na conta do Tesouro Nacional recursos provenientes de depósitos judiciais e extrajudiciais relativos a impostos e contribuições federais.
Após a ordem judicial ou extrajudicial, a conta de depósito será encerrada sem remuneração quando os valores forem destinados à administração pública ou cobrança de valores pelo seu titular, acrescida de “correção monetária com base em índice oficial que reflita a inflação”.
Neste último caso, os valores deverão ser entregues pela instituição financeira no prazo máximo de 24 horas a partir da notificação e debitados com correção na conta do Tesouro Nacional a título de restituição.
Programa de registro de benefícios fiscais concedidos pelo governo
O relatório determina que as empresas que usufruam de benefícios fiscais informem à Receita Federal, por meio de declaração eletrônica em formato simplificado, todos os incentivos que recebem do governo.
Este mapeamento, segundo a equipa económica, é considerado importante para medir a qualidade desta despesa.
Pelo texto, a empresa que deixar de entregar ou entregar a declaração com atraso estará sujeita a multas e penalidades.
Uso de recursos esquecidos
O texto estabelece que os recursos esquecidos em contas de depósito só poderão ser reclamados junto às instituições depositárias até 31 de agosto de 2024. Após esse período, os saldos passarão para a União e serão apropriados pelo Tesouro Nacional como receita orçamentária primária.
Após a apropriação dos recursos pelo Tesouro, o Ministério da Fazenda publicará no Diário Oficial da União e os titulares terão 30 dias para contestar o pagamento realizado.
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