Lucro da Cedae sobe 332% ajudado por mercado livre e menor uso de produtos químicos

A decisão de comprar energia no mercado livre e reduzir produtos químicos em suas operações contribuiu para que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), que fornece água ao Estado do Rio de Janeiro, fechasse o primeiro semestre com lucro de 332 % maior do que há um ano, informou a empresa nesta quarta-feira, 14.

A empresa anunciou lucro líquido de R$ 443 milhões entre janeiro e junho, crescimento de 332% em relação ao mesmo período do ano passado. A melhoria nos resultados foi impulsionada pela redução dos custos e despesas operacionais, que totalizaram R$ 366 milhões.

“Os resultados deste ano de 2024 refletem as ações implementadas desde o ano passado na busca pela eficiência no novo modelo de negócios da empresa”, afirmou em nota o diretor Administrativo-Financeiro e de Relações com Investidores da Cedae, Antonio Carlos dos Santos, destacando o esforço feitas para reduzir gastos com produtos químicos, energia elétrica e a queda na execução de ações civis nesse período.

Sob o controle do governo do Estado do Rio de Janeiro, após o governo privatizar a área de distribuição e saneamento, a empresa passa por uma fase de reestruturação de suas atividades, que agora se concentram na captação e tratamento de água.

Em fevereiro, a Cedae iniciou a compra de energia elétrica no Ambiente de Contratação Livre (ACL), para o Sistema Imunana-Laranjal, e em março para o Sistema Guandu-Lameirão.

Ao final de abril, a economia acumulada foi de R$ 49,4 milhões no ano, em relação ao que seria gasto no mercado cativo, informou a empresa.

“Mensalmente, desde março, quando as unidades concluíram a migração para o ACL, a Cedae registrou uma economia média mensal de cerca de R$ 23 milhões, uma redução de aproximadamente 49% em relação ao mercado cativo. ter uma redução no valor da conta de mais de R$ 1 bilhão até 2028″, previu.

Ambiente

A empresa também conseguiu reduzir a quantidade de produtos químicos que utilizava no Sistema Guandu, que abastece o Rio de Janeiro, por meio da aplicação de um novo método científico, aquisição de novos equipamentos, ajustes operacionais, entre outras ações.

Com isso, só no primeiro trimestre do ano, a empresa deixou de gastar R$ 11 milhões e de consumir o equivalente a 182 carretas de produtos químicos.

A empresa informou ainda que a melhoria operacional resultou em um Ebitda de R$ 335 milhões no primeiro semestre de 2024, enquanto a geração de caixa do ano passado foi negativa em R$ 122 milhões.

A Receita Operacional de Água aumentou 5% no primeiro semestre, para R$ 1,7 bilhão, impactada pelo reajuste tarifário de agosto de 2023.