A aprovação de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu R$ 66,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, um aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao primeiro semestre de 2022, o crescimento chega a 107%.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (13).
O segmento que mais cresceu na aprovação de crédito do primeiro semestre de 2023 até os primeiros 6 meses deste ano foi o de infraestrutura (146%), que atingiu volume de R$ 26,3 bilhões.
“Não é só o volume. É a qualidade dos projetos. No caso de [Via] Dutra, desenvolvemos modelagens inovadoras. E é o maior projeto de financiamento rodoviário da história do Brasil e a maior debênture da história do Brasil. É um projeto de R$ 16 bilhões, em que o BNDES contribui com mais de R$ 10 bilhões”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, citando o projeto que envolverá nova iluminação, duplicação de faixas, viadutos e marginais da rodovia que liga as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Houve também aumentos nas aprovações de crédito para indústria (81%), comércio e serviços (70%) e agricultura (31%).
“Essas aprovações estão distribuídas por todos os setores da economia. Aqui temos um aumento de 204% na agricultura [em relação ao primeiro semestre de 2022]refletindo a importância que o BNDES tem para o setor, alcançando R$ 14,2 bilhões em aprovações de crédito para a agricultura. Percebemos que a retomada das aprovações de crédito é uma realidade forte em todos os setores em que atuamos”, informou o diretor financeiro do banco, Alexandre Abreu.
Ele destacou que, do total aprovado, R$ 29,3 bilhões foram para micro, pequenas e médias empresas, 53% a mais que no ano anterior, e R$ 10,7 bilhões foram para bancos cooperativos e cooperativas de crédito (128% a mais que no ano anterior). ano).
Em relação aos desembolsos, ou seja, ao dinheiro efetivamente repassado pelo BNDES aos projetos, o volume total no primeiro semestre deste ano atingiu R$ 49,3 bilhões, ou seja, 21% a mais que o mesmo período do ano passado e 47% superior ao primeiro semestre de 2022.
Segundo o BNDES, a expectativa é encerrar 2024 com desembolsos que representem 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ou seja, superiores aos 1,1% de 2023.
A carteira de crédito do BNDES totaliza R$ 530,2 bilhões, 11% superior à registrada no primeiro semestre de 2023, de R$ 479,1 bilhões. O percentual de inadimplência gira em torno de 0,07%, abaixo dos valores de mercado, que era de 0,41%, segundo a instituição.
Rio Grande do Sul
O BNDES também divulgou informações sobre o auxílio ao Rio Grande do Sul, estado impactado pelas fortes chuvas do segundo trimestre deste ano. Segundo o banco, as medidas de apoio atingiram R$ 9,7 bilhões, incluindo créditos emergenciais, créditos solidários e suspensão de pagamentos.
O Novo Fundo do Clima, que desembolsou R$ 800 milhões em 2023, deverá investir R$ 5 bilhões este ano, R$ 12,5 bilhões em 2025 e R$ 14,6 bilhões em 2026.
Resultado financeiro
Em relação ao resultado financeiro, o BNDES informou ter obtido lucro líquido recorrente de R$ 7,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, quase o dobro (94%) do registrado no mesmo período do ano passado (R$ 3,7 bilhões). A maior parte do crescimento foi impulsionada pela intermediação financeira.
O lucro contábil, que inclui também dividendos de empresas onde o BNDES tem participação, como Petrobras, JBS e Eletrobras, atingiu R$ 13,3 bilhões. O patrimônio líquido do banco é de R$ 160 bilhões.
A previsão é que o BNDES contribua com R$ 21,06 bilhões para o resultado primário do Tesouro Nacional neste ano.
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