A capital de Mato Grosso do Sul se destaca como a cidade com maior preço médio de refeição completa para trabalhadores da Região Centro-Oeste. Segundo pesquisa da Associação Brasileira das Empresas Beneficentes ao Trabalhador (ABBT), o valor médio de uma refeição completa fora de casa em Campo Grande este ano é de R$ 53,24 – um aumento de 8% em relação a 2023, quando a média era de R$ 53,24. $ 49,29.
O estudo da ABBT, realizado em parceria com a Mosaiclab, empresa especializada em inteligência de mercado, considera refeição completa aquela composta por prato principal self-service mais bebida não alcoólica, sobremesa e café. A pesquisa revela que Campo Grande é a oitava capital mais cara do ranking nacional entre as 23 monitoradas pela pesquisa.
Comparada a Florianópolis (R$ 62,54), capital considerada a mais cara do país, a alimentação em Campo Grande é apenas R$ 9,30 mais acessível, com diferença percentual de 14,87%.
No nível nacional, a capital do MS fica atrás de Rio de Janeiro (R$ 60,46), São Paulo
(R$ 59,67), Natal (R$ 56,18), Recife (R$ 55,13), Vitória (R$ 54,67) e Maceió (R$ 54,32), além do campeão Floripa.
No Centro-Oeste, Campo Grande além de apresentar o preço médio mais alto da região, também apresenta um aumento significativo no valor das refeições, refletindo uma tendência regional de alta. O preço praticado na Capital é 17,76% superior ao preço médio de uma refeição completa no Centro-Oeste, onde o preço médio este ano é de R$ 45,21.
Esse preço representa um aumento de 8,3% em relação a 2023, praticamente o dobro da inflação registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi de 4,3% nos últimos 12 meses.
Comparado ao valor médio nacional (R$ 51,61), que aumentou 10,8% em relação ao
Até 2023, uma refeição completa na Região Centro-Oeste será um pouco mais barata.
CENTRO-OESTE
Além de Campo Grande, a pesquisa mostra que outras cidades da região também registraram aumentos no preço das refeições.
Cuiabá tem preço médio de R$ 46,40, alta de 9% em relação a 2023. Brasília segue com notável alta de 14%, chegando a R$ 46,16. Goiânia, por sua vez, tem o menor preço médio do Centro-Oeste (R$ 37,18), embora tenha registrado aumento de 12%.
O impacto destes preços no salário médio dos trabalhadores da região é significativo. Com um salário médio de
R$ 3.589 no primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE, o custo da alimentação básica durante 22 dias úteis por mês representa aproximadamente 25% do salário médio do trabalhador.
ANÁLISE
Ao analisar o cenário de destaque tanto para Campo Grande quanto para a Região Centro-Oeste e para o país, economistas consultados pelo Correio do Estado apontam que o custo de vida na capital do MS desempenha um papel crucial neste contexto.
“Cidades com custo de vida mais elevado tendem a ter preços elevados em diversos serviços e produtos, inclusive alimentação. O aumento dos preços de alimentos e serviços pode ser reflexo do maior custo de vida geral”, aponta o mestre em Economia Lucas Mikael.
O economista Eduardo Matos destaca que no MS há um problema: a produção de alimentos. “Embora produzamos muitos alimentos, como proteína animal, soja e milho, que – com exceção da proteína animal – não são produtos que compõem uma refeição, um almoço, por exemplo, outros produtos como arroz e feijão, que têm muito peso na refeição, vem de outros estados”, explica.
Nesse sentido, Matos explica que muitos desses alimentos estão concentrados no Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, o que acaba gerando custos logísticos que encarecem a produção de refeições prontas na Capital.
“Outra questão é a concorrência, que existe proporcionalmente ao tamanho do município. [Há] baixa concorrência entre estabelecimentos, em comparação, por exemplo, com Curitiba ou São Paulo, onde há maior número de estabelecimentos, proporcionalmente”, pondera Matos.
Outra situação que, apesar de ter um impacto menor, também influencia os preços dos alimentos fora de casa é a estrutura de custos dos empreendimentos.
“Aluguel no Centro, onde estão localizados os principais empreendimentos do setor,
É bastante caro, então isso faz com que esses locais aumentem o preço dos seus produtos”, afirma.
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