O avião que caiu nesta sexta-feira, 9, em Vinhedo, São Paulo, pertence à companhia aérea Voepass, antiga Passaredo. A empresa brasileira tem sede em Ribeirão Preto e atua em 47 cidades, segundo o site Latam, com o qual a Voepass mantém parceria para compartilhar voos e chegar a destinos mais remotos do país.
O proprietário da empresa é o Comandante José Luiz Felício Filho. Ele é filho do fundador do Passaredo (José Luiz Felício, falecido no ano passado).
Felício fundou a Viação Passaredo em 1978 e, quase duas décadas depois, em 1995, criou a Passaredo, uma companhia aérea. Ele presidiu a empresa até 2002, quando passou o controle para o filho.
A história recente da companhia aérea é de idas e vindas entre negociações comerciais. A Passaredo entrou com processo de recuperação judicial em 2012 na tentativa de resolver uma dívida estimada em R$ 150 milhões.
Em 2017, chegou a negociar a transferência do controle de seu capital para o Grupo Itapemirim, empresa de transporte rodoviário, que também enfrentou recuperação judicial. A venda, porém, foi cancelada no mesmo ano.
Em 2019, a empresa mudou de nome para Voepass após a compra da MAP, companhia aérea de transporte regional que operava na região Norte do país. O negócio foi fechado em meio à crise da Avianca Brasil.
Após a falência, a Avianca perdeu os horários de pouso e decolagem (os chamados slots) em Congonhas, o aeroporto mais cobiçado do Brasil. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) distribuiu então slots da Avianca no terminal. A Voepass recebeu 14 e a MAP 12. Posteriormente, a MAP foi vendida para a GOL.
Em junho deste ano, a Voepass detinha 0,5% do mercado brasileiro de transporte aéreo, sendo a quarta maior empresa do setor, atrás da Latam (39,6%), Azul (BVMF:) (31%) e GOL (28,8%). No final do ano passado, a empresa contava com 859 funcionários, entre 131 pilotos e tripulantes, e dez aviões fabricados pela francesa ATR.
Em número de voos domésticos, a Voepass foi, em 2023, a empresa que registou o maior crescimento, com 22%. Latam, Gol (BVMF:) e Azul vieram em seguida, com 13%, 10% e 3%, respectivamente. Em 2019 (último dado disponibilizado pela Anac), a empresa teve prejuízo de R$ 27 milhões.
Além do avião, as operações de voo foram realizadas pela VoePass. LATAM vende ingressos. Procurada, a Latam disse que cabe à VoePass se manifestar.
Por meio de seu site, a VoePass informou que “utilizou todos os meios para apoiar os envolvidos”. “Ainda não há confirmação de como ocorreu o acidente ou da situação atual das pessoas que estavam a bordo. A Companhia está prestando, pelo telefone 0800 9419712, disponível 24 horas por dia, informações a todos os seus passageiros, familiares e funcionários. A VOEPASS Linhas Aéreas informa que a aeronave PS-VPB, ATR-72, do voo 2283, decolou do CAC sem quaisquer restrições operacionais, com todos os seus sistemas capazes de realizar o voo”, afirma a empresa, em nota publicada em seu site. site.
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