Petrobras descarta novos aumentos de combustíveis para evitar queda de participação de mercado

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, descartou novos aumentos nos preços dos combustíveis. Ela participou de coletiva de imprensa online para falar sobre os resultados do segundo trimestre deste ano, quando a empresa registrou prejuízo de R$ 2,6 bilhões.

Estamos muito atentos às tendências internacionais de preços e aos nossos concorrentes. Quando olhamos para os últimos meses de vendas de combustíveis, vemos uma ligeira perda de participação de mercado.

É sutil, mas existe. E isso mostra que estamos absolutamente certos na nossa estratégia de preços. Aumentar o preço agora significa abrir mão de participação de mercado, o que não está nos nossos planos.

Claudio Romeo Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da estatal, disse que o diesel não foi reajustado em julho devido aos baixos preços do diesel russo que chega ao Brasil. No mês passado, houve aumento na gasolina e no GLP, gás de botijão.

Rlam não é uma prioridade

Magda disse ainda que a recompra da refinaria baiana (chamada Mataripe e antes Rlam), vendida ao fundo árabe Mubadala durante o governo Bolsonaro, não é prioridade. Nos últimos meses, os árabes iniciaram conversa com a estatal para revender a unidade à estatal.

“Rlam não é minha prioridade. É um negócio como qualquer outro. Mas brinco com meus diretores que estou aceitando doações”, disse ela.

Petrobras inicia operação da Rota 3

Após mais de dois anos de atraso, a Petrobras inicia nesta sexta-feira a operação da Rota 3, gasoduto que liga os campos do pré-sal ao Comperj, hoje denominado Gaslub, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

“Hoje anunciamos o início da operação do gasoduto Rota 3, uma entrega relevante para o Estado do Rio e para o aumento da disponibilidade de gás em todo o território brasileiro”, disse Magda.

A capacidade total da Rota 3 é de 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia, disse Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da estatal.

“Ao chegar em terra, esse gás é tratado por uma unidade de tratamento, composta por dois trens. O primeiro trem que entrar em operação tem capacidade para processar 10,5 milhões de metros cúbicos por dia, e o segundo trem entrará em operação um mês mais tarde”, disse ela.

Em maio deste ano, a estatal lançou licitação para construir uma fábrica de lubrificantes e concluir a refinaria prevista no polêmico projeto original do Comperj.

Após a revelação de casos de corrupção com a Operação Lava Jato, as obras do complexo foram interrompidas em 2015. Desde 2008, quando começaram as obras de terraplenagem em Itaboraí, a estatal já registrou prejuízo de pelo menos US$ 14 bilhões com a complexo, resultante de pagamento de propina, obras superfaturadas e alterações no projeto.

Quando concluída, a refinaria produzirá 75 mil barris por dia (bpd) de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação tipo 1, ambos com baixo teor de enxofre. Haverá também a produção de 12 mil bpd de óleos lubrificantes em outra planta.