O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que o governo federal já esperava um aumento da inflação neste ano, devido ao cenário econômico internacional, que viu uma queda significativa do dólar nas últimas semanas.
Segundo o ministro, é preciso cautela na definição da próxima taxa básica de juros do Banco Central (BC).
Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, aumentou 0,38% em julho.
Nos 12 meses até julho, a inflação está em 4,5%, dentro do limite da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Até agora neste ano, o aumento é de 2,87%.
— Olha, o BC tem mandato de cuidar da inflação (…) O BC tem falado nisso, o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias. E esperamos que esses números [da inflação] convergem para níveis mais baixos. Mas esperávamos, dependendo do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mudança na inflação este ano — disse o ministro aos jornalistas ao deixar o Ministério das Finanças.
Segundo o ministro, o governo deve agora acompanhar com calma e cautela o anúncio da fixação das próximas taxas de juros, que serão definidas pelo Banco Central (BC).
— Vamos com calma, o BC já parou com os cortes. Vamos acompanhar com calma e analisar com calma. Há muita coisa para acontecer este ano, especialmente no cenário internacional. Temos que ter cuidado agora
Em sua última reunião, no final de julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 10,5% ao ano.
Porém, na ata da reunião divulgada pela autoridade monetária, o Banco Central manifestou preocupação com a alta do dólar e seu impacto na inflação futura e afirmou que “não hesitará em aumentar a taxa de juros para garantir a convergência da inflação para o alvo, se considerar apropriado.”
“Observou-se que, caso tais movimentos se mostrem persistentes, os impactos inflacionários resultantes poderão ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê. Como resultado, o Comitê avaliou que é o momento propício para um monitoramento diligente das condições de inflação e maior vigilância diante de um cenário mais desafiador”, acrescentou o BC.
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