A Petrobras registrou prejuízo de R$ 2,605 bilhões no segundo trimestre deste ano, o primeiro prejuízo trimestral desde o terceiro trimestre de 2020. É um resultado muito distante do lucro líquido de R$ 28,7 bilhões obtido no mesmo período do ano passado.
O balanço financeiro da Petrobras divulgado esta noite é o primeiro da petroleira comandada por Magda Chambriard, que assumiu a empresa há dois meses.
O resultado foi surpreendente e longe das projeções dos analistas de mercado. A empresa também anunciou a distribuição de dividendos e a redução das previsões de investimentos.
O balanço da estatal foi impactado por um acordo bilionário assinado entre a estatal e o governo, que visa encerrar disputas tributárias relacionadas ao pagamento de afretamentos de embarcações. Influenciou também a variação cambial marcada pela desvalorização do real no segundo semestre do primeiro semestre.
A maioria das projeções de mercado indicava um ganho entre R$ 11 bilhões e R$ 14 bilhões no segundo trimestre. Este é o primeiro prejuízo da Petrobras em quase quatro anos. A última foi no terceiro trimestre de 2020, quando as contas da empresa foram fortemente impactadas pela pandemia.
Naquele ano, a estatal teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão no período entre julho e setembro devido ao impacto da pandemia nos preços internacionais do petróleo e nas vendas de combustíveis.
Com o resultado divulgado hoje, nos primeiros seis meses deste ano a estatal acumulou lucro líquido de R$ 21,095 bilhões, inferior aos R$ 66,9 bilhões registrados no mesmo período de 2023.
Segundo a Petrobras, além de aderir à transação tributária, o contrato de trabalho de 2023 também impactou. Juntos, resultaram em prejuízo de R$ 2,6 bilhões. Excluindo os dois itens citados e a desvalorização do real frente ao dólar, a Petrobras disse que o lucro líquido teria sido de R$ 28 bilhões.
Fernando Melgarejo, diretor financeiro e de Relações com Investidores, declarou em comunicado que “o resultado líquido do trimestre deve ser analisado à luz de eventos que impactaram o resultado contábil, mas sem impacto relevante no fluxo de caixa da empresa”.
“Os principais eventos foram a variação cambial do período, efeito entre empresas do Sistema Petrobras que não tem efeito caixa ou mesmo patrimonial, e os impactos da adesão à operação tributária, decisão considerada positiva pelo mercado por ter encerrado disputas bilionárias que trouxeram grande incerteza para o fluxo de caixa da empresa”, disse o executivo.
A Petrobras destacou perdas financeiras de R$ 36,4 bilhões devido à perda com a variação cambial do real frente ao dólar. “O real desvalorizou 11,2% no segundo trimestre, ante desvalorização de 3,2% no primeiro trimestre (o câmbio final passou de R$ 5,00 em 31/03/24 para R$ 5,56 em 30/06/24)”, disse o empresa estatal.
Queda na previsão de investimentos
Segundo a Petrobras, o impacto tributário foi de R$ 19,8 bilhões, após acordo firmado com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, relacionado à tributação do afretamento de plataformas estatais para produção de petróleo. Esse valor representa um desconto de 65% sobre o valor original discutido no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
A Petrobras também reduziu sua projeção de investimentos para este ano. O valor passou de US$ 18,5 bilhões para entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões.
Segundo a estatal, a redução se deve ao segmento de exploração e produção para US$ 11,1 a US$ 12,1 bilhões neste ano. A previsão anterior do plano era de US$ 15,5 bilhões.
“Este nível de investimento não impacta a curva de produção de petróleo e gás e representa um aumento de 7% a 15% em relação ao investimento realizado em 2023”, afirmou. A Petrobras justificou que a nova projeção se baseia em informações às quais a empresa tem acesso atualmente.
Apesar do prejuízo, a receita de vendas da empresa atingiu R$ 122,2 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 7,4%. No semestre, o valor atingiu R$ 239,9 bilhões, aumento de 3,9%. Segundo a estatal, o resultado reflete a valorização do preço do barril de petróleo e o aumento das exportações.
Na semana passada, a empresa informou que o volume de vendas de combustíveis no segundo trimestre deste ano caiu 1,3% em relação ao mesmo período de 2023. A retração foi puxada pela gasolina, com queda de 8,3%, e pelo diesel, com queda de 8,3%. queda de 0,6%.
Entre Abril e Junho, a produção média de petróleo e gás foi de 2,699 milhões de barris por dia, uma queda de 2,8% face ao primeiro trimestre deste ano. A queda trimestral foi causada pela redução do pré-sal, devido ao volume de paradas programadas.
— Houve um impacto significativo devido a um acordo tributário bilionário, que afeta lucros e resultados. Outra preocupação é a volatilidade dos preços internacionais do petróleo, já que muitas vezes a empresa absorve a disparidade (sem repassar os aumentos aos valores dos combustíveis vendidos no mercado interno) — disse Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.
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