A Receita Federal está estudando medidas para cobrar impostos sobre rendimentos não declarados de aluguéis de imóveis por meio do Airbnb e outras plataformas digitais.
Assim como na atividade de locação tradicional, os valores recebidos pelos chamados anfitriões, proprietários dos imóveis alugados pelas plataformas, estão sujeitos ao Imposto de Renda (IR), mas o setor hoteleiro reclama que a evasão fiscal é extensa e torna a concorrência desleal.
O tema, revelado pelo Estadão e confirmado pela Globo, foi discutido em reunião nesta segunda-feira entre representantes do setor hoteleiro e o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas.
Segundo o presidente do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), Orlando Souza, o Fisco afirmou que já está se preparando e deve publicar medidas para reduzir a evasão fiscal de quem aluga pelo Airbnb ainda este ano.
A Receita não comenta o assunto.
Mas pessoas familiarizadas com o assunto admitem que há negociação sobre o desenho das medidas que deverão ser publicadas em breve.
Os impostos que não foram pagos nos últimos cinco anos também deverão ser cobrados, mas a tendência é abrir a possibilidade de autorregulação dos contribuintes, o que reduz a multa devida.
Segundo estimativas da Fohb, a evasão fiscal nos últimos cinco anos poderá chegar a R$ 15 bilhões.
As medidas, se lançadas, estão em linha com um esforço do IRS desde o início do ano passado para aumentar o cumprimento das obrigações fiscais.
Além disso, embora os montantes sejam pequenos, também podem ajudar na difícil tarefa enfrentada pelo governo no encerramento das suas contas.
Na avaliação de Souza, é necessário um mecanismo para que a Receita consiga cruzar a movimentação financeira que ocorre com a intermediação da plataforma.
Uma forma seria copiar o modelo já utilizado nos aluguéis de longa duração.
As imobiliárias tradicionais são obrigadas a informar a Receita sobre as operações de aluguel por meio da Declaração de Informações de Atividades Imobiliárias (Dimob).
Assim, o Fisco pode cruzar a informação da empresa com a dos clientes e cobrar os impostos devidos.
— Nossa conversa com a Receita é sobre quem recebe o aluguel, os anfitriões, que teriam que declarar esse rendimento ao Fisco. Numa imobiliária física tradicional existe uma obrigação adicional de passagem de informação através da Dimob. No caso das plataformas, hoje não existe essa obrigação – afirma. — Estamos entusiasmados porque é um primeiro passo.
O presidente da Fohb afirma que a hotelaria é um setor altamente regulamentado no Brasil, não só em termos tributários, mas também em termos trabalhistas, ambientais e de acessibilidade.
Na área tributária, Souza afirma que a reforma tributária traz avanços na tributação das empresas para uma concorrência mais justa entre hotéis e plataformas tradicionais.
— Temos que cumprir uma série de requisitos. As plataformas, por outro lado, não são regulamentadas de forma alguma — Estamos em contato com a Receita Federal há muito tempo para tentar ver como regular o modelo de plataforma. Nada contra o modelo. A discussão da economia digitalizada já expirou, ninguém vai discutir Ifood, Uber, mas é preciso que haja regulamentação para que tenha equilíbrio competitivo com o modelo mais tradicional — afirma Souza.
Quando contactado, o Airbnb ainda não respondeu aos contactos.
Veja também
Bloquear
Governo bloqueia R$ 1,7 bilhão da Farmácia Popular e R$ 580 milhões do Auxílio Gás
Bolsa de Valores
Bolsas de valores europeias fecham sem sintonia após cautela manter Londres e Paris sob pressão
empréstimo itaú pessoal
divida banco pan
refinanciamento de empréstimo consignado bradesco
taxas de juros inss
empréstimo de valor baixo
simulador de empréstimo consignado banco do brasil
quitar emprestimo fgts banco pan