O setor público consolidado teve déficit de R$ 40,9 bilhões em junho deste ano. O resultado é inferior ao saldo negativo de R$ 48,9 bilhões observado no mesmo mês de 2023, informou hoje (29) o Banco Central (BC), em Brasília.
Nos últimos 12 meses, o déficit consolidado do setor público – que engloba governo federal, estados, municípios e empresas estatais – foi de R$ 272,2 bilhões. O resultado equivale a 2,44% do Produto Interno Bruto (PIB) e é 0,08 ponto percentual (pp) inferior ao déficit acumulado nos doze meses até maio.
Em junho, o governo central – Tesouro Nacional, Seguridade Social e o próprio BC – e as estatais tiveram déficits respectivos de R$ 40,2 bilhões e R$ 1,7 bilhão, e os governos regionais tiveram superávits de R$ 1,1 bilhão.
Em junho, os juros nominais do setor público não financeiro consolidado, apropriados por competência, totalizaram R$ 94,9 bilhões, ante os R$ 40,7 bilhões registrados no mesmo mês de 2023. Essa evolução foi influenciada pelos resultados das operações trocar taxa de câmbio (perda de R$ 28,6 bilhões em junho de 2024 e ganho de R$ 20,5 bilhões em junho de 2023).
Juros nominais
Nos doze meses até junho deste ano, os juros nominais atingiram R$ 835,7 bilhões (7,48% do PIB), ante R$ 638,1 bilhões (6,06% do PIB) nos doze meses até junho de 2023.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, apresentou déficit de R$ 135,7 bilhões em junho. Nos doze meses, o déficit nominal atingiu 9,92% do PIB, situando-se em R$ 1,108 bilhão, ante déficit nominal de R$ 1.061,9 bilhões (9,56% do PIB) acumulado até maio de 2024.
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) fechou junho em 62,2% do PIB (R$ 6,9 trilhões), aumento de 0,1 pp do PIB no mês.
“Esse resultado refletiu os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,8 pp), do déficit primário (+0,4 pp), da desvalorização cambial de 6,1% no mês (-0,7 pp), e da variação do PIB nominal (-0,3 p.p.)”, disse o BC.
No ano, acumulou-se o impacto dos juros nominais, de +4,1 pp, do reconhecimento da dívida (+0,2 pp), do efeito do crescimento do PIB nominal (-1,7 pp) e do efeito da desvalorização cambial de 14,8%. no ano (-1,6 pp) resultou num aumento da DLSP de 1,3 pp do PIB.
Dívida bruta
A Dívida Bruta (DBGG) – que abrange o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais – atingiu 77,8% do PIB (R$ 8,7 trilhões) em junho de 2024, um aumento de 1,1 pp do PIB em relação ao mês anterior.
Segundo o BC, esse aumento deveu-se principalmente aos juros nominais apropriados (+0,6 pp), às emissões líquidas (+0,6 pp), ao efeito da desvalorização cambial (+0,3 pp) e à variação do PIB nominal (-0,4 pp). ).
“No ano, o aumento de 3,4 pp do PIB resulta, sobretudo, da incorporação dos juros nominais (+3,8 pp), da emissão líquida de dívida (+0,9 pp), da desvalorização cambial (+0,6 pp) e do PIB nominal crescimento (-2,1 pp)”, informou o Banco Central.
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