Investing.com – Com o início da vigência da tributação sobre importações de baixo valor, especialistas avaliam possíveis impactos nos preços também no mercado interno, com a recomposição de margens em um setor pressionado, além de possíveis mudanças nas rotas logísticas e na relação comercial com a China.
Depois que a Câmara dos Deputados aprovou em maio um projeto de lei que fixa alíquota de 20% de Imposto de Importação em compras internacionais de até US$ 50 a partir de 1º de agosto, as compras feitas a partir do último sábado, dia 27, já podem ser tributadas, segundo AliExpress, Shein e E-commerces Shopee.
Alguns especialistas esperam que a medida, conhecida como ‘PL das Blusas’, tenha influência direta na economia nacional e repercuta nos modos de transporte. Das importações de eletrônicos desde 2016, 44% delas são da China e 60% de roupas. De 2020 até hoje, o volume cresceu 75,8%, atingindo recorde histórico no ano passado, segundo dados compilados pelo GEP COSTDRIVERS.
Com o aumento esperado nos preços dos produtos internacionais devido à tributação, o setor varejista pode entender que seria o momento adequado para rever os próprios preços, na opinião de Rodrigo Scolaro, economista do GEP COSTDRIVERS, que destaca que as importações de produtos até o valor envolvido totalizou US$ 10 bilhões em 2023, quase o triplo dos US$ 3,47 bilhões de 2020.
“Em relação ao repasse, esse é um movimento que acaba acontecendo e já aconteceu diversas vezes historicamente”, destaca, citando como exemplo uma situação semelhante com o aço chinês mais barato e que rivaliza com o das siderúrgicas nacionais.
“O que esperamos é que, com o aumento dos produtos chineses, essa competição diminua para os produtores brasileiros. Isso permitirá que muitos deles reajustem seus preços. Em muitos casos será como restaurar a margem de lucro, em outros será uma transferência de custos”
A GEP Costdrivers acredita que é difícil identificar os segmentos de maior impacto, com Adriano Birle, também economista da GEP COSTDRIVERS, a referir o vestuário e os produtos eletrónicos. Porém, especialistas também apontam que possivelmente haverá redução no consumo dessas importações, o que também levanta dúvidas sobre as possibilidades de arrecadação com a medida.
Outros possíveis impactos na economia
Sendo a China o principal parceiro comercial do Brasil, o governo tem a preocupação de não tributar demasiado ou promover medidas que possam ser consideradas agressivas, como se verifica nos Estados Unidos e em países da União Europeia, com tensões mais elevadas. As relações logísticas podem ser impactadas, na opinião de Scolaro, já que as rotas comerciais com a China são realizadas principalmente por meio de transporte marítimo, devido a fatores como longas distâncias.
Como o Brasil compra produtos industrializados, em navios porta-contêineres, mas exporta principalmente grãos, em graneleiros, que possuem estrutura própria para transporte de mercadorias a granel, há uma disparidade no fluxo. As empresas ligadas a contêineres ganham trazendo produtos para o Brasil, mas não há retorno suficiente para encher totalmente essas embarcações. Agora, os navios trariam ainda menos produtos chineses, o que poderia afetar as rotas.
O especialista acredita que, no médio prazo, o transporte rodoviário também poderá ser afetado, dada a queda do consumo e a necessidade de transporte para os grandes centros consumidores.
Lia Valls, pesquisadora associada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), considera que da expansão das importações de produtos chineses neste ano, o destaque foi veículos, produtos elétricos e não produtos de pequeno valor.
Valls destaca que as pessoas tendem a substituir esse tipo de produto, na visão do especialista, e por isso ele não tende a impactar muito a inflação. “Nem todo mundo compra esse tipo de produto online, por meio de importação. Para ter um impacto efetivo, depende da extensão do consumo deste produto no consumo das famílias. Se for muito alto, pode surtir algum efeito”, destaca.
“Os produtos importados hoje que serão afetados pelo imposto sobre blusas também são vendidos aqui no mercado interno, mas não há muita clareza se esse aumento de tributação será suficiente para compensar um diferencial de preço porque esses produtos importados da China são na verdade muitos, Muito mais barato. ”, acrescenta o economista, mencionando dúvidas quanto à magnitude dos possíveis benefícios para os players nacionais.
O economista lembra que o setor continua preocupado com o tema, pois considerou a isenção uma concorrência desleal, enquanto o governo pretende aumentar a receita.
“Talvez aqui a indústria nacional brasileira realmente não seja competitiva. Muitos itens que exigem tecido de microfibra e afins, o Brasil não é competitivo. O país já importa muito tecido porque a indústria têxtil ficou para trás nesta área”, lamenta.
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