Lucro da Vale sobe 219% no segundo trimestre. Mineradora vai distribuir R$ 8,9 bi aos acionistas

A mineradora Vale registrou lucro de R$ 14,6 bilhões no segundo trimestre, resultado 219% superior ao mesmo período de 2023. A receita líquida totalizou R$ 51,7 bilhões, aumento de 8,3% na mesma base de comparação. Comparativamente ao 1º trimestre, o lucro cresceu 65%.

Parte da melhora nos resultados, porém, é atribuída ao fato de a empresa ter realizado desinvestimentos e gastou menos com impostos.

Com base no resultado do período, o conselho de administração da Vale aprovou o pagamento de R$ 8,9 bilhões em juros sobre capital próprio aos acionistas, o que representa R$ 2,0937 por ação.

A remuneração aos acionistas da B3 será no dia 4 de setembro, com data limite em 2 de agosto. Para os acionistas titulares de recibos de ações (ADRs) negociados na Bolsa de Valores de Nova York, o pagamento terá início no dia 11 de setembro.

Para o período de abril a junho, a Vale já havia divulgado que produziu 80,6 milhões de toneladas de minério de ferro no trimestre, 2,4% a mais que no mesmo período do ano anterior. As vendas avançaram 7,3%, para 79,792 milhões de toneladas.

O minério de ferro é uma das principais commodities com pior desempenho do ano, caindo mais de 25%, à medida que a crise imobiliária da China prejudica a demanda e as principais mineradoras continuam a adicionar volumes ao mercado de transporte marítimo. A Vale obtém cerca de 90% de sua receita do setor siderúrgico.

As ações da Vale fecharam em alta de 0,28% no pregão normal da B3 e subiram 0,93% no after market de hoje. As ações são negociadas com desconto em comparação com outras grandes mineradoras devido a questões específicas da empresa.

A Vale ainda está lidando com as consequências do desastre da barragem de rejeitos de 2015 na Samarco, uma joint venture de minério de ferro com o Grupo BHP. A empresa esperava chegar a um acordo final no mês passado, mas as negociações com as autoridades brasileiras ainda estão em andamento.

A Vale também enfrentou uma turbulenta mudança de liderança, com o CEO Eduardo Bartolomeo ocupando o cargo até dezembro, enquanto a busca por um sucessor continua. O próximo CEO será escolhido entre três nomes pré-selecionados que serão apresentados por uma consultoria até o final de setembro.