O novo contrato de concessão da Sabesp entrou em vigor nesta terça-feira, com o toque da campainha da B3, em cerimônia que contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Desta vez não houve batida de martelo, como gosta o governador, mas soou o sino celebrando a venda de 32% das ações da empresa que pertenciam ao Estado, marcando a sua privatização.
O governo levantou R$ 14,7 bilhões, na maior oferta secundária de ações do país neste ano.
Em seu discurso, o governador afirmou que não faltou ousadia no processo de privatização da Sabesp. Tarcísio disse que o modelo escolhido (de venda da participação acionária do Estado em duas etapas) não é comparável a nenhum país e foi um ‘modelo Sabesp’.
O processo de privatização preserva o que a empresa tem a oferecer.
— Não faltou ousadia, coragem, respeito. Pensamos no projeto para pessoas que não têm água nem esgoto e pensamos nesse modelo. Dos 375 municípios paulistas, 371 aderiram ao novo contrato, o que mostra que as prefeituras viram valor no processo. Qualquer outro objetivo era secundário, o primeiro era levar saneamento a essas pessoas — disse o governador, lembrando das críticas que o projeto recebeu, de que não passaria na Assembleia Legislativa ou poderia ser levado adiante em um ano com eleições municipais.
Mesmo havendo apenas um candidato a acionista de referência, o governador disse que o governo queria um sócio que tivesse acesso ao mercado de capitais.
— Queríamos um investidor de referência que se comprometesse connosco. Precisávamos de um parceiro excelente, que tivesse acesso ao mercado — e conseguimos trazer um. É um sinal de que o modelo foi bem construído — disse ele, lembrando que o estado tem um futuro de “rio Tietê e barragens Billings e Guarapiranga despoluídos”.
Novas tarifas
Também entra hoje em vigor a nova tarifa reduzida, que prevê uma descida de 10% no valor para as tarifas sociais e vulneráveis, 1% para os clientes residenciais e 0,5% para os clientes industriais e comerciais. Também entra em vigor a antecipação da meta de universalização dos serviços —de 2033 para 2029.
A nova administração da Sabesp assumirá após a eleição do Conselho de Administração. A Equatorial, empresa que comprou 15% das ações por R$ 6,9 bilhões, a R$ 67 por ação, e se tornou acionista de referência, nomeia três diretores e o presidente da empresa.
A aquisição de ações pela Equatorial deverá ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
O presidente da Equatorial Energia, Augusto Miranda, afirmou que a Sabesp já é reconhecida como a melhor empresa de saneamento do país e uma das maiores do mundo e que isso se deve ao excelente corpo técnico da empresa.
— Trazemos experiência em ativos de infraestrutura, concessões e realização de investimentos com eficiência, sendo R$ 27 bilhões investidos nos últimos cinco anos. Temos um histórico relevante de recuperação de ativos e acesso a financiamento a custos atrativos. Contamos com profissionais da Sabesp — disse Miranda durante a cerimônia.
O atual presidente da Sabesp, André Salcedo, afirmou que é possível fazer uma boa gestão e trazer resultados em uma estatal, como já acontece na Sabesp.
— O compromisso desta gestão foi dar tudo. Aumentamos os investimentos de R$ 5 bilhões/ano para R$ 8 bilhões neste ano e R$ 11 bilhões no ano que vem. O espírito de unidade continuará. É uma operação emblemática (privatização), que transformará o saneamento em São Paulo. Temos um plano de investimentos robusto — garantiu.
A previsão é de investimentos de R$ 69 bilhões até 2029 e de R$ 260 bilhões até 2060. A Sabesp atende 28 milhões de clientes em 375 municípios paulistas.
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