No domingo, às 20h15 (horário local), a Suzano iniciou as operações da maior linha única de produção de celulose do mundo, instalada no município de Ribas do Rio Pardo. Com capacidade para produzir 2,55 milhões de toneladas por ano, o projeto transformará Mato Grosso do Sul no maior exportador de celulose do Brasil.
Só em 2024, estima-se que a unidade poderá aumentar as exportações em US$ 900 milhões (R$ 5,022 bilhões). “Temos previsão de que a Suzano possa exportar de 1 milhão a 1,2 milhão de toneladas de celulose. Um aumento de cerca de US$ 900 milhões na balança comercial este ano.
Então isso favorece muito o crescimento e a atividade econômica do estado de Mato Grosso do Sul”, disse o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, em entrevista ao Correio Estadual.
Ainda segundo Verruck, a fábrica consolida MS como o “Vale da Celulose”. “O Estado hoje se posiciona como o maior exportador de celulose do país e possui a maior unidade. Então é uma consolidação estratégica da industrialização do Estado e também do seu posicionamento como vale da celulose”
Segundo comunicado da Suzano, o investimento total foi de R$ 22,2 bilhões, sendo R$ 15,9 bilhões destinados à construção da fábrica e R$ 6,3 bilhões a iniciativas como a formação da base de plantio e a estrutura logística para transporte de celulose.
O secretário acrescenta ainda que o pleno funcionamento da unidade gerará valor agregado e consequentemente maior repasse ao município.
“Com base no valor agregado, Ribas do Rio Pardo verá aumento na sua participação no índice de ICMS [Imposto Sobre Mercadorias e Serviços]. Isso torna mais fácil para o município fazer todos os investimentos necessários e consegue melhorar os investimentos necessários. Além disso, prevemos que uma indústria como a Suzano gerará um impacto no crescimento do PIB da ordem de 3,5% ao ano, dado o crescimento da economia de Mato Grosso do Sul”.
Atualmente, a celulose é o segundo produto exportado e responde por 20,5% das vendas ao mercado externo, atrás apenas da soja, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O analista de comércio exterior, Aldo Barigosse, corrobora que o impacto na balança comercial do Estado será positivo. “Grande parte da sua produção será destinada ao mercado internacional. O impacto será muito grande para o município de Ribas, pois estão gerando muitos empregos diretos e indiretos, investimento na economia do município e alavancando em conjunto vários outros setores que estão sendo beneficiados com este projeto”, avalia Barigosse.
EMPREENDIMENTO
A construção da unidade chamada Projeto Cerrado, foi anunciada em maio de 2021 e, no auge da obra, foram gerados mais de 10 mil empregos diretos. A fábrica estava prevista para começar a operar no mês passado, mas houve atraso no cronograma e a operação começou no último domingo.
Com o início das operações, cerca de 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceirizados, passarão a atuar nas atividades industriais, florestais e de logística da nova unidade.
“A conclusão bem-sucedida do Projeto Cerrado reflete a dedicação e capacidade de execução de cada pessoa envolvida neste grande e transformador trabalho, e comprova a cultura de excelência que permeia toda a organização, liderada com maestria por Walter Schalka ao longo dos últimos 11 anos”, afirma Beto Abreu, recentemente nomeado presidente da Suzano.
“Sua visão e ambição levaram a empresa a entregar um projeto dentro do orçamento previsto e que, em todas as etapas, atendeu ao foco central da Suzano em apoiar a sustentabilidade e ter impacto local positivo”, acrescenta o executivo.
Com a entrada em operação da nova unidade, a capacidade instalada de produção de celulose da Suzano salta de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas por ano, o que representa um aumento de mais de 20% na produção atual da empresa.
A Suzano também tem capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de papel por ano, incluindo linhas de papéis sanitários, papéis para imprimir e escrever e embalagens, entre outros itens que utilizam a celulose como matéria-prima.
A unidade Ribas do Rio Pardo utiliza tecnologia de gaseificação de biomassa em fornos de cal e, com isso, o uso de combustíveis fósseis ficará restrito ao início e retomada da produção.
A fábrica também será autossuficiente na produção de ácido sulfúrico, peróxido de hidrogênio e energia verde, com excedente de aproximadamente 180 megawatts médios (MW) que atenderão aos fornecedores satélites da fábrica, além de serem exportados para o Sistema Interligado Nacional. (PECADO). Essa energia de fonte renovável poderia abastecer mensalmente uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes.
“MS é hoje referência tanto na produção de eucalipto quanto em produtividade, sustentabilidade e tecnologia. Portanto, para o Estado, hoje é um dia de celebrar o emprego de qualidade, a expansão econômica e o que o próprio governador Eduardo Riedel consolida como nossa estratégia, que é trabalhar pela competitividade em nossas cadeias produtivas”, finaliza Verruck.
O Projeto Cerrado faz parte do maior ciclo de investimentos da história da Suzano. Após desembolsar mais de R$ 50 bilhões entre 2019 e 2023, a empresa investirá R$ 16,5 bilhões este ano.
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