A empresa anunciou que a produção de celulose começou oficialmente na noite de domingo (21). A capacidade é de 2,55 milhões de toneladas por ano
Três anos e dois meses após o início das obras e sem qualquer comemoração, a Suzano iniciou as operações na noite deste domingo (21) na maior fábrica de produção de celulose em linha única do mundo, em Ribas do Rio Pardo.
Com capacidade para produzir 2,55 milhões de toneladas por ano, o projeto contou com investimento de R$ 22,2 bilhões, dos quais R$ 15,9 bilhões foram destinados à construção da fábrica e R$ 6,3 bilhões à formação do plantio base e ao estrutura logística para transporte de celulose.
Toda a produção será escoada por via rodoviária até o município de Inocência, onde a empresa está finalizando a construção de um terminal intermodal às margens da Ferronorte. De lá, será transportado por trem até o porto de Santos.
Inicialmente, a Suzano anunciou a intenção de construir um ramal ferroviário de 231 quilômetros até Inocência, mas o projeto, que exigiria um investimento de cerca de R$ 3,5 bilhões, foi arquivado.
A previsão anunciada inicialmente era ativar a fábrica em junho, mas devido a atrasos da empresa Enesa, que está sendo responsabilizada por uma série de inadimplências de outros parceiros envolvidos na construção, o início das operações teve que ser adiado por um mês . .
“A conclusão bem-sucedida do Projeto Cerrado reflete a dedicação e capacidade de execução de cada pessoa envolvida neste grande e transformador trabalho, e comprova a cultura de excelência que permeia toda a organização, liderada com maestria por Walter Schalka ao longo dos últimos 11 anos”, afirmou Beto Abreu, recentemente nomeado presidente da Suzano.
“Sua visão e ambição levaram a empresa a entregar um projeto dentro do orçamento previsto e que, em todas as etapas, atendeu ao foco central da Suzano em apoiar a sustentabilidade e ter impacto local positivo”, acrescenta o executivo.
As obras na fábrica de Ribas do Rio Pardo começaram em 2021 e no auge das obras, em abril do ano passado, empregava dez mil pessoas ao mesmo tempo.
Com o início das operações, cerca de 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceiros, passam a atuar nas atividades industriais, florestais e logística da nova unidade. A maior parte desses trabalhadores viverá em um conjunto habitacional com quase mil unidades que a Suzano construiu em Ribas do Rio Pardo.
Com a entrada em operação da nova unidade, a capacidade instalada de produção de celulose da Suzano salta de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas por ano, o que representa um aumento de mais de 20% na produção atual da empresa.
A nova fábrica contribui para abrir novas oportunidades de crescimento futuro, no desenvolvimento de produtos inovadores a partir de matérias-primas renováveis, e fortalece a irreplicabilidade do modelo de negócios da Suzano”, afirma Walter Schalka, que recentemente deixou a presidência da Suzano após 11 anos jornada no comando da empresa.
A unidade Ribas do Rio Pardo utiliza tecnologia de gaseificação de biomassa em fornos de cal e, com isso, o uso de combustíveis fósseis ficará restrito ao início e retomada da produção.
A fábrica também será autossuficiente na produção de ácido sulfúrico, peróxido de hidrogênio e energia verde, com excedente de aproximadamente 180 megawatts médios (MW) que atenderão aos fornecedores satélites da fábrica, além de serem exportados para o Sistema Interligado Nacional. (PECADO). Essa energia de fonte renovável poderia abastecer mensalmente uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes.
INVESTIMENTOS PARALELOS
Além dos recursos destinados à construção da fábrica, à estrutura logística e à formação da área de plantio de eucalipto, a Suzano investiu mais de R$ 300 milhões em diversas iniciativas, incluindo a construção de unidades habitacionais e de um centro médico, melhorias na infraestrutura local e apoio a projetos sociais.
Integrado no Plano Básico Ambiental (PBA), o Programa de Infraestrutura Urbana aprovado em 2021 por representantes do poder público e da sociedade civil compreende 21 projetos nas áreas de saúde, educação, desenvolvimento social, habitação e segurança pública.
As principais entregas incluem a ampliação do Hospital Municipal e a construção de uma Estratégia Saúde da Família (ESF), um Abrigo, uma Delegacia de Polícia Civil e uma Unidade Operacional da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
CAPACIDADE MS
Com esta nova fábrica, Mato Grosso do Sul passa a ter capacidade para produzir 7,6 milhões de toneladas de celulose por ano. Além da nova unidade, em Três Lagoas a Suzano já possui uma fábrica com capacidade para 3,25 milhões de toneladas por ano. No mesmo município, a Eldorado tem capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas.
Além disso, começou a ser construído um novo complexo industrial em Inocência, onde a empresa chilena Arauco promete investir R$ 28 bilhões e produzir inicialmente 2,5 milhões de toneladas, a partir de 2028. A meta, porém, é atingir 5 milhões de toneladas anuais.
Atualmente, a área destinada ao eucalipto é de 1,480 milhão de hectares, número que deve chegar a 2,5 milhões nos próximos anos, segundo estimativas do Governo do Estado.
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