Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) – A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda manteve em 2,5% a projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024 e piorou as expectativas para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 em 2,8% para 2,6%. , mostrou boletim divulgado nesta quinta-feira.
O documento também apontou deterioração na visão do governo para a inflação, com a projeção do IPCA indo para 3,9% para 2024, ante previsão de 3,7% feita em maio, enquanto o índice para 2025 foi reajustado em 3,2%. para 3,3%, o que revela um afastamento da meta de 3%.
“Essa estimativa já leva em conta os impactos do câmbio mais depreciado e da calamidade no Rio Grande do Sul sobre os preços, além dos recentes reajustes anunciados para os preços da gasolina e do GLP”, disse a SPE sobre a projeção de inflação para este ano.
Em relação à atividade, a secretaria informou que revisou para baixo o desempenho esperado da agricultura em 2024, de -1,4% para -2,5%, com redução na estimativa para a safra de , e , além dos impactos das chuvas no Rio Grande do Sul.
Por outro lado, os números foram revistos para cima no caso da indústria (2,4% para 2,6%) e dos serviços (2,7% para 2,8%). O ministério disse ainda acreditar na compensação pelos efeitos negativos causados pelas chuvas no Rio Grande do Sul.
“Os impactos negativos das enchentes no Estado devem ser compensados por medidas de apoio às famílias, às empresas e aos governos estaduais e municipais”, afirmou a SPE no documento.
Mesmo com a manutenção da estimativa de atividade para o ano, a projeção do governo ainda é mais otimista do que a do Banco Central, que previa em junho aumento de 2,3% do PIB em 2024. O mercado espera um crescimento ainda mais fraco, de 2,11%, segundo ao boletim Focus mais recente do BC.
Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, impulsionado por uma safra recorde de grãos e pelos fortes resultados das indústrias extrativas, com destaque para e .
A reavaliação das projeções foi marcada por uma mudança de tom do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antes da divulgação dos números. Depois de afirmar na terça-feira que seria “provável” uma revisão para cima da projeção de crescimento, ele disse aos jornalistas na manhã desta quinta que pediu parcimônia à SPE na reavaliação.
“Estamos recebendo informações e dados que apoiariam uma reprojeção, mas pedi cautela para avaliar cuidadosamente se essa reprojeção deveria ser feita e quando deveria ser feita, mas os dados econômicos estão chegando muito bem e com baixa pressão sobre os preços”, disse o ministro.
As projeções da SPE orientam a programação das receitas e despesas orçamentais do governo. O novo relatório bimestral de avaliação fiscal, a ser divulgado na segunda-feira, é aguardado com grande expectativa pelos agentes de mercado devido à expectativa de que o governo anuncie bloqueio ou contingência de fundos para respeitar o quadro fiscal.
Na divulgação de maio, a equipe econômica projetou que o governo central fechará 2024 com um déficit primário de 14,5 bilhões de reais, ainda dentro da margem de tolerância da meta do ano.
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