Entre greve nacional dos funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)Iniciada nesta terça-feira (16), o Sindicato dos Empregados da Saúde e Previdência de Pernambuco (Sindsprev-PE) aprovou a entrada de servidores do Estado na greve.
A decisão foi formalizada por meio de votação da categoria que promoveu evento nesta quinta-feira (18). O ato aconteceu na agência do INSS, na Avenida Mário Melo, bairro Santo Amaro, centro do Recife.
Com isso, Pernambuco se junta a outros 11 estados brasileiros que estão paralisados até o momento, com 180 agências sem atendimento. Com a adesão à greve, a expectativa é que os cerca de 950 funcionários pernambucanos interrompam suas atividades a partir desta sexta-feira (19).
“A categoria quer uma reestruturação de carreira. Tanto com qualificações como com uma carreira típica de Estado. Há também a questão, pela complexidade das funções, de ser exigido o ensino superior. Queremos também que o teletrabalho seja garantido, até porque essa é a realidade dentro do INSS, que não consegue suprir tantos trabalhadores do órgão por questões de espaço, internet e afins”, explicou o coordenador geral interino do Sindsprev-PE, José Bonifácio do Monte.
A votação contou com servidores nos formatos remoto e presencial. Apesar disso, porém, o número não representa toda a abrangência da categoria. O objectivo agora, portanto, é alcançar mais trabalhadores individualmente para que também eles entrem em greve.
Nesta sexta-feira, aliás, está marcado mais um ato do comando de greve em Santo Amaro. Nela, os funcionários vão às agências do Recife, que ainda têm baixo comparecimento, com o objetivo de convencer mais trabalhadores a aderirem à ação – movimento que também terá força no interior do Estado.
“Estamos aumentando, aos poucos, o número de pessoas que participam da greve. O objetivo é alcançar ainda mais trabalhadores para que possamos reivindicar todos os nossos direitos”.
Entenda a greve
A greve foi aprovada em plenário nacional realizado neste sábado (13), convocado pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores na Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência (Fenasps).
Entre as reivindicações da categoria estão compensação por perdas salariais, valorização profissional e melhores condições de trabalho. Do documento que informa a indicação de greve, entregue antecipadamente ao Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, a Fenasps informa que “após analisar as propostas apresentadas pelo governo, entenderam que a negociação pouco avançou”.
O texto diz ainda que o governo, “em vez de apresentar uma nova proposta que reforce a carreira da Segurança Social, agrava-a ao prolongar a carreira de 17 para 20 escalões e criar bónus de atividade”. A proposta, segundo a entidade, fica muito abaixo das perdas salariais da categoria, que ultrapassaram os 53% no último período.
As reivindicações da categoria incluem ainda: a recuperação das perdas salariais; reestruturação de carreira; cumprimento do acordo de greve de 2022; reconhecimento da carreira previdenciária como típica do Estado; nível superior para se tornar Técnico em Previdência Social; incorporação de bônus.
Além da jornada de trabalho de 30 horas para todos e do cumprimento do horário de trabalho previsto em lei; revogação de regras que determinam o fim do teletrabalho e estabelecimento de programa de gestão de desempenho; condições de trabalho e direitos trabalhistas para todos, independentemente do tipo de trabalho; fim do bullying institucional; e reestruturação dos serviços de segurança social.
Proposta do governo
O Governo Federal, por meio do Ministério de Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, informou que apresentou proposta à categoria que prevê ganho acumulado de 24,8% entre 2023 e 2026 para servidores ativos e inativos. Segundo o ministério, esse ganho cobre as perdas inflacionárias do atual governo e parte das perdas de gestões anteriores.
A actual proposta prevê também o prolongamento da carreira de 17 normas para 20 normas; manutenção da remuneração de entrada de nível superior e intermediário com valorização do salário base e criação de bônus de atividade em substituição ao Prêmio de Atividade Executiva (GAE).
Como são os serviços
O INSS informou que mais de 100 atendimentos do órgão podem ser realizados por meio da plataforma Meu INSS, disponível para download em celulares com conexão à internet e para acesso via computador. A Central de Atendimento 135 também funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h.
Os segurados que necessitam de algum serviço do INSS, como requerimento, preenchimento de exigência, solicitação de auxílio-doença, por exemplo, podem utilizar esses meios.
Apesar disso, porém, a paralisação poderá afetar os processos de concessão de benefícios como aposentadorias, pensões, Benefício de Prestação Continuada (BPC), atendimento presencial e análise de recursos e revisões. A mobilização não afeta a perícia médica.
Como são os benefícios
O ponto mais afetado deve ser justamente essa análise de processos, que em sua maioria é realizada por colaboradores que trabalham remotamente.
“Temos um grande contingente de trabalhadores remotos, que analisam processos, ou seja, são responsáveis por analisar casos e gerenciar a fila de atendimento e conceder benefícios. Como não estão presencialmente nas agências, representam um grande número de pessoas. Com eles podemos causar um impacto maior, já que, com a greve desses profissionais, não há concessão de novos benefícios”, destacou a diretora do sindicato, Stela Pragana.
Vale ressaltar, porém, que as pensões que já são concedidas pelo INSS serão prejudicadas. “Esses benefícios já estão na folha de pagamento, o que é feito automaticamente. Então a greve não impactou essas pessoas. Elas não precisam se preocupar”, acrescentou Stela Pragana.
Como está a população?
A greve, mesmo representando uma forte mobilização da categoria por direitos, deverá causar grandes transtornos à população.
Uma dessas pessoas é Suely Eusébio, funcionária pública de 72 anos. Ela recebeu atendimento presencial no INSS e agora aguarda ligação para retornar ao órgão para atender a demanda. “Vou ficar um pouco prejudicada, mas a categoria tem o direito de exigir aumento salarial, que também precisa. Não dá para ficar muito tempo sem reajuste, então sou a favor”, ela disse.
Outra pessoa que pode ser prejudicada é José Sabino, garçom de 36 anos. À Folha de Pernambuco, ele informou que aguarda ser chamado novamente para dar continuidade ao processo de concessão do auxílio-doença. Apesar disso, porém, ele é a favor da greve.
“Os trabalhadores precisam desse aumento e dessas reivindicações. Eles lutam por isso há muito tempo. Infelizmente terei que esperar negociações para resolver minha reivindicação, mas sou a favor da greve”, ressaltou.
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