PARIS (Reuters) – Um Parlamento francês muito fragmentado se reúne nesta quinta-feira pela primeira vez desde uma disputada eleição para nomear o presidente da assembleia, em uma votação que pode ser fundamental para definir quem dará as ordens na política francesa nos próximos anos. . anos.
Nenhum partido obteve a maioria absoluta nas eleições do início deste mês, nas quais uma aliança de esquerda inesperadamente ficou em primeiro lugar, à frente dos centristas do presidente Emmanuel Macron e da extrema-direita de Marine Le Pen.
A eleição do presidente da câmara baixa do Parlamento, que organiza a agenda da Câmara e conduz os debates, é geralmente uma formalidade.
Mas desta vez é muito diferente.
Com o enfraquecimento de Macron e a incerteza sobre quem formará o próximo governo e quão eficaz este poderá ser num Parlamento dividido, quem liderará a assembleia será fundamental.
A aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP), reunida às pressas antes das eleições antecipadas, quer dirigir o governo, mas desde então tem estado envolvida numa disputa feroz sobre quem apresentar como primeiro-ministro.
A aliança espera que o seu candidato a chefe do parlamento, o legislador comunista André Chassaigne, que é bem visto em todo o espectro político, possa ser eleito. Isto poderia aumentar as suas hipóteses de formar um governo, mostrando que a aliança pode comandar uma maioria na assembleia.
A eleição de Chassaigne mostraria a “liberdade e independência do Parlamento em relação ao Executivo”, disse Benjamin Lucas, legislador do NFP, à Reuters.
Mas o resultado está longe de ser certo. O grupo de Macron pode estar a fazer um acordo com os conservadores para tentar reeleger o chefe do Parlamento, Yaël Braun-Pivet, que pertence ao grupo do presidente.
Eles, por sua vez, esperam que isto coloque os partidos tradicionais numa posição mais forte para forjar uma aliança para formar um governo que possa incluir parte do NFP, mas excluir o partido de extrema-esquerda França Insubmissa.
O partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN), embora tenha poucas esperanças de ganhar o cargo de presidente, está a disputar outros cargos importantes na assembleia, incluindo a presidência do poderoso comité de finanças.
A votação ocorrerá em três turnos, a partir das 10h (horário de Brasília), e as alianças deverão ser dissolvidas entre os turnos, com desistência de alguns candidatos.
Os votos são confidenciais. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisaria de maioria absoluta de votos, o que dificilmente acontecerá. O processo é o mesmo para o segundo turno. No terceiro turno, vence o candidato mais votado.
(Por Ingrid Melander e Elizabeth Pineau)
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