O governo limitará o financiamento imobiliário utilizado no programa Minha Casa, Minha Vida a até 25% do volume total de recursos. A medida ficará restrita às famílias da terceira faixa (com renda mensal de R$ 4,4 mil a R$ 8 mil) e valerá entre agosto e dezembro deste ano.
Ainda neste mês, o Ministério das Cidades publicará instrução normativa com os detalhes da restrição. Segundo integrantes da secretaria, estão sendo analisadas três alternativas: reduzir a cota de financiamento de carros usados, atualmente em 80% do imóvel; reduzir o teto do valor do imóvel, que atualmente é de R$ 350 mil; ou mesmo limitar a quantidade disponível.
Esses imóveis são financiados com recursos do FGTS e possuem taxas de juros menores que as do mercado.
No ano passado, o ministério aumentou o percentual de recursos do fundo que poderia ser usado para financiar imóveis usados de 12% para 30%. Do total de 438,3 mil unidades financiadas ao longo de 2023, 27,3% foram imóveis usados, equivalentes a 119,7 mil.
No início deste ano, o percentual na faixa 3 do MCMV era de 42%. Diante dos números, o departamento liderado pelo ministro Jader Filho promoveu mudanças no final de abril que reduziram a participação para 34%.
Construção
O bloqueio atende a um pedido do setor da construção civil, alegando que os investimentos em novas moradias geram empregos, com efeitos positivos na arrecadação do FGTS, fonte de financiamento do programa.
Além disso, o sector sustenta que o bloqueio do financiamento para veículos usados é necessário porque o orçamento do Fundo não é suficiente para satisfazer toda a procura de veículos novos e usados.
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Dado o ritmo acelerado de contratações do programa, o governo quer utilizar mais R$ 23 bilhões do FGTS, além dos R$ 97 bilhões já liberados para este ano. A medida enfrenta resistência no Conselho Curador do Fundo.
Alguns assessores afirmam que o valor poderia sacrificar orçamentos futuros do FGTS. Representantes do setor da construção civil defendem a restrição aos veículos usados.
Até meados deste mês foram contratados R$ 67 bilhões e há risco de os recursos se esgotarem em outubro, caso nada seja feito, segundo o ministério.
A restrição aos veículos usados é defendida desde dezembro, mas só agora ganhou força no governo. O ministro das Cidades, Jader Filho, avalia que a medida se tornou necessária porque agora há um desequilíbrio, com aumento de pedidos de financiamento de imóveis usados. As contratações nas faixas de menor renda continuarão ocorrendo normalmente.
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